Cultura
FANTASPORTO REVELA PROGRAMAÇÃO DA 36ª EDIÇÃO
“A lista de nomes descoberta pelo Fantasporto é impressionante” diz Mário Dorminsky, diretor do festival, na apresentação do programa da sua nova edição, no Teatro Municipal Rivoli. Com um objetivo bem definido para o evento – “mostrar aquilo que não é conhecido, que não anda nas salas comerciais” –, Mário afirma nunca ter havido tanta cultura em Portugal, apesar de todas as dificuldades sentidas, particularmente, nesta área.
Nesta 36ª edição do Fantasporto, registou-se o envio de filmes para a selecção final por parte de 67 países. Estes acabaram por ser reduzidos a um total de 40, com especial destaque para a América Latina, tal como nos dois últimos anos: “Esta é a área do globo onde os novos nomes estão a aparecer”, referiu o director.
Beatriz Pacheco Pereira, também diretora do festival, justifica que o destaque dado ao Fantasporto explica-se, por um lado, por este se realizar no Porto, uma cidade que é, cada vez mais, um foco turístico, mas também pelo próprio potencial do festival: “Temos uma programação muito rica e variada”, afirma.
Caberá a Luís e Gonçalo Galvão Teles encabeçar a sessão de abertura, no dia 26 de Fevereiro, com a antestreia de Gelo. “O Fantasporto faz parte da minha memória cinematográfica”, diz Luís, também presente na sessão de apresentação. O realizador revelou que o seu filme, fruto de um trabalho “a 4 mãos”, trabalha “a transmissão da humanidade entre gerações” e combina o real com o imaginário, através da história de uma mulher que vive duas vezes. No elenco estão Ivana Baquero, atriz conhecida por “O Labirinto do Fauno”, e os portugueses Albano Jerónimo, Ivo Canelas, Afonso Pimentel e Ruth Gabriel.
A personagem nacional escolhida para ser homenageada nesta edição do Fantasporto é Nicolau Breyner. Apesar de ser mais conhecido pela televisão, é “um homem do cinema e uma figura incontornável do audiovisual em Portugal”, disse Beatriz Pacheco Pereira.
Cerca de 200 filmes serão apresentados nesta edição, com antestreias mundiais e europeias, divididas por 91 sessões. As temáticas, apresentadas pela diretora, passam pelo problema das migrações, do enraizamento, da juventude perdida e da violência. Destacou-se, ainda, o filme de Michel Adam, Exodus to Shanghai, que retrata os tempos durante a II Guerra Mundial e que fará parte uma sessão especial dedicada à temática da paz: Fantas for Peace.
Para além das conversas com os vários realizadores, o festival será acompanhado por uma exposição de pintura de Augusto Canedo e pela apresentação dos livros de Luís Diogo e Danyel Guerra. O festival também contará com a presença de oito universidades: a Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE) e a Escola Superior Artística da Universidade do Porto (ESAP) estão entre as candidatas ao prémio das escolas de cinema.
Quanto aos júris internacionais, na Secção Fantástico destacam-se alguns nomes como Romain Basset, que recebeu o Prémio de Realização Cinema Fantástico na edição do ano passado, com o filme Horsead, e Drew Casson, ator e realizador de Hungerfold, que recebeu o Prémio Especial do Júri também em 2015. Na Semana dos Realizadores, destacam-se Karoly Meszáros, realizador e vencedor do Grande Prémio Fantasporto 2015 com Liza, The Fox Fairy. Artur Serra Araújo, Danyel Guerra e Matos Barbosa são o júri nacional escolhido.
O Pré-Fantas terá início com a apresentação do filme Dust, de Milcho Manchevski, no dia 22 de Fevereiro, e o festival encerrar-se-á com a exibição do filme Before the Rain, que levou o realizador europeu a ganhar uma nomeação para os Óscares e ainda 30 prémios internacionais.
