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Cultura

“TORMENTA” DE FILHO DA MÃE E RICARDO MARTINS INVADE O MAUS HÁBITOS

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De copo na mão, a espera tornou-se mais suportável. Rui Carvalho e Ricardo Martins sobem finalmente ao palco e, sem grandes preparos, lançam-se nesta aventura de uma noite que todos ansiavam.

Entre batidas fortes e precisas da bateria e a energia vibrante da guitarra, Filho da Mãe e Ricardo Martins conseguiram destruir todas as possíveis dúvidas quanto a este projeto. O público, envolvido na multiplicidade de sons e ritmos, deu asas à sua imaginação. Cada música, individualmente, foi palco de várias histórias, todas com emoções que divergiram e, rapidamente, se tocaram e eclodiram.

O ambiente tornou-se amigável e confortável. A comunicação natural entre os músicos deixou o público numa atmosfera desinibida e talvez mais íntima. A paixão fervorosa que estes sentiram tocou cada um, criando um espaço comum e partilhado de sensações e pensamentos espontâneos. Não houve espaço para solos ou destaques: a bateria precisava da guitarra, assim como a guitarra precisava da bateria, um elo impossível de se desconectar.  De um dos lados do palco, Rui Carvalho deixou-se levar pela sua companheira de longa data, a sua guitarra, e entregou-se, de corpo e alma, a uma única causa: o gosto pela música. Do outro lado, Ricardo Martins, que entre baquetas perdidas não esqueceu nunca a sua garra e aquilo que o motiva enquanto músico. A combinação perfeita para quem procurava sons distintos, um novo respirar.

Esta noite não foi apenas feita de melancolia e explosividade. Inesperadamente, a dupla arrancou do público uns passos de dança. Com uma espécie de ritmos africanos de fundo, o corpo de ambos começou a fluir, os braços soltaram-se e o público partilhou entre si movimentos soltos e dessincronizados.

A dupla respirou diversidade, elevou o instrumental ao seu expoente máximo e levou o público a vivenciar emoções únicas e a visualizar um passado, um presente e um futuro próprio do imaginário. Terminaram com uma expansão sonora nunca imaginada e com uma energia irreconhecível. Foi um adeus à moda de Filho da Mãe e Ricardo Martins.

A noite contou ainda com a presença de Cláudia Guerreiro, dos Linda Martini, e de Jibóia que se juntaram a Filho da Mãe & Ricardo Martins para um concerto que se revelou numa autêntica e bonita tormenta.

O disco, editado em parceria entre a Revolve e a CTL-Musicbox, já se encontra disponível nas lojas, em formato LP 12.

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