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Cultura

UMA CASA CHEIA DE AMIGOS PARA VER THE LEGENDARY TIGERMAN

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São dez e meia e a sala enche. O ambiente abafado e escuro convida para um fino e um cigarro, enquanto o concerto não começa. O público que vai entrando tem um ar alternativo, hipster até. No palco, apenas os instrumentos.

Vinte minutos depois, as luzes reduzem a sua intensidade e do negrume dos bastidores, Paulo Furtado sai com uma guitarra ao peito, óculos escuros, casaco comprido. Por entre aplausos, o músico começa com Do Come Home, a primeira música do novo álbum. No ar, paira uma mescla de fumos, enquanto o concerto avança para um solo de guitarra, com a música Walkin Downtown.

Agradece as palmas que se fazem ouvir, aliás como faz sempre em todas as músicas, e avança para uma Wild Beast, acompanhado por Paulo Segadães na bateria. O público reage ao ritmo compassado: um moço barbudo abana a cabeça, o vizinho do lado acompanha a letra. O espectáculo continua com um ritmo mais acelerado e boa disposição em palco e no público.

Chega a hora de Naked Blues. Um momento especial do concerto, já que Paulo inicia um longo reportório de músicas com um certo teor sexual. A tela acompanha com imagens de mulheres despidas que fitam a câmara com olhares expressivos. Esta tensão erótica volta-se a fazer sentir com Dance Craze e com Bad Luck R’N’B Machine, quando encena uma espécie de relação com a mesa de mistura, que emite batidas fortes ao ritmo de movimentos corporais do cantor. Termina a música e aborda o público com uma pergunta surpreendente: “Como é que é? Estão a acasalar mais ou menos?”. A audiência reage, efusiva, com gritos e palmas. Por todo o lado ouvem-se comentários e risos.

Com a música Gone, entra João Cabrita, responsável pelos arranjos de saxofone. Como que num duelo, guitarra e saxofone debatem-se, combate que termina com um salto do cantor. O saxofonista chama pelo público, através de jogos de palmas. Com um ritmo delirante, todos participam na música e o Hard Club transforma-se num só.

A música 21st Century Rock’N’Roll é chamada para encerrar o concerto, numa demonstração grandiosa de energia dos artistas que se encontram em palco e do público. Por esta altura, Paulo Furtado mostra o seu lado mais explosivo, que até então se manteve calmo e reservado. Numa confusão de luzes, sons e ritmos, Furtado atira a guitarra ao ar, pega no microfone e salta para cima da bateria, onde um Segadães suado toca freneticamente.

Tão rapidamente começou, como acaba e o cantor abandona o palco. O público, não satisfeito, pede por mais. O chão estremece com as palmas e com o bater dos pés no chão de madeira. Paulo Furtado volta para mais duas músicas, Love Ride e a esperada Life Ain’t Enough For You. No derradeiro momento do concerto, Paulo oferece ao público um dos melhores momentos da noite: “Obrigado! Estou aqui numa casa cheia de amigos.”.

 

Alinhamento:

Do come home
Walkin downtown
Wild beast
Storm over Paradise
Naked blues
Crawdad Hole
And then came the pain
Gone
A lifetime of your true love
20 flight rock
My heart safe at home
The saddest thing to say
Dance craze
Bad luck R’N’B machine
She said
21st century Rock’N’Roll