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Cultura

PARTY SLEEP REPEAT DIA 1

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Pouco passava das 22 horas e estava tudo a postos para mais uma noite onde o português era a única língua falada. The Miami FLu foram os primeiros a subir ao palco. A banda do Porto trouxe ao primeiro dia do festival um leque de sons e temas, distintos entre si, que, no fim, encaixaram quase perfeitamente. Entre alguns percalços, a banda fez uma construção à estilo português: nem sempre a mais arrojada, mas com uma essência e emoção inexplicáveis. Ainda assim, os The Miami Flu souberam jogar com os seus trunfos: surpreenderam tudo e todos com os seus instrumentais a varrer o psicadélico e o conceptual. Um bom começo de noite.

Os Basset Hounds souberam manter a conceptualidade da banda anterior, apenas com umas guitarras mais aguçadas: o psicadélico deu lugar ao indie rock/rock progressivo. Durante o concerto não houve espaço para timidez e vergonha. Do lado do palco, a banda lisboeta demonstrou ser capaz de tomar conta do que é seu: explosivos e descontrolados, no bom sentido. Do lado do público, viram-se caras conhecidas da banda, amigos de longa data talvez. Esta amizade genuína estendeu-se a todo o público: o ambiente deixou de ser estranho, entranhou-se suavemente nas pessoas e estas aproximavam-se cada vez mais umas das outras. Tudo ao som de Basset Hounds.

Ora, fora os The Miami Flu e depois dos Basset Hounds, quem se segue? O público começava a fazer contas na sua cabeça. Estava na altura de a banda mais esperada da noite subir ao palco. Todos sabiam quem era, mesmo os que pensavam não saber. Foi com o tema Era Matá-lo que os PAUS se apresentaram em São João da Madeira. Para quem ainda duvida do que esta banda é e faz, devia ter estado no concerto de ontem. No entanto, o ontem já lá vai. Mas calma, que estes meninos de Lisboa não são fáceis de calar. Nem um suspiro sobrou, o que havia de ser dito foi dito, o que havia de ser gritado foi gritado como se fosse o último minuto de algo. É motivo para dizer a tão previsível frase, cliché vá: a música passou além paredes. Em São João da Madeira, o sono nem vê-lo. Foi a música dos PAUS que chegou à terra do Party Sleep Repeat.

Pela Boca, Fumo, Bandeira Branca foram alguns dos temas que completaram a atuação dos PAUS. Não podia faltar, Mo People que abriu a pista de dança. O público desinibiu-se e viu-se, ao longe, uns paços de dança que em segundos chegaram até junto do palco. Toda a sala estava a dançar. Coisa pouca, ritmos africanos, movimentos curtos, mas deu para matar a sede do público. Afinal era de festa que se falava.

A noite contou ainda com as atuações de Holy Nothing e MVRIA. A festa continua e hoje (23) o Party Sleep Repeat recebe Capitão Fausto, Ganso, Equations, XINOBI e Bandido$.