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Devaneios

POEMA À CIDADE

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Terra que tanto me diz pela maneira como o faz.
O céu obscuro, nebuloso,
Extrai uma linguagem própria do lugar
Com os barcos a declamar as riquezas
Do outro lugar escondido nos tesouros da mais amada.

(Oh! Voltem as cocotes,
Volte a ouvir-se o jazz e o froxtrot
E que de todas as tuas ruas nasçam poetas, novamente.)

Que poderia ser pior que ver levada
A alegria desta gente que caminha nas ruínas
Do lugar abandonado aos turistas?

Aqui, estou perdido e sou também turista.
Não reconheço a terra com que sonhei
Vagueio pelas ruas em devaneios
Enquanto vejo o sol pôr-se e deixar de iluminar
O meu caderno, tão pequeno em ti.

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