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Crónica

DESPEDIDAS

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E, como se nada fosse, o meu primeiro ano de faculdade acabou.

Este primeiro ano foi como um gap year para mim: fui recambiada para um curso que não desejava e andei perdida, a vaguear, por uma faculdade que não era a que eu queria.

E, apesar de tudo, isso trouxe-me tantas coisas boas! Descobri que a FLUP é mais do que jovens com cores de cabelo garridas e Camus na mão. A FLUP é uma biblioteca de sete pisos e escadas em caracol; são muitos estudantes de Erasmus com um ar confuso (mas feliz!) a deambular pelos corredores; são casas de banho cujas paredes albergam mensagens em que a correção gramatical é a prioridade (ou talvez não).

A FLUP foi, para mim, as minhas sessões de estudo desesperadas, as manhãs sonolentas, a busca interminável pela torre-dois-piso-tal-gabinete-não-sei-quantos. Acima de tudo, o que tornou este ano tão bom foram as pessoas que conheci: as vegetarianas conscienciosas, as feministas acérrimas, os galãs poliglotas, o professor britânico de humor tipicamente refinado.

O meu primeiro ano de faculdade foi a experiência mais inebriante e surpreendente de que tenho memória, e foi, por isso mesmo, a melhor.

(Escrito ao som de “Pines” dos High Highs)

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