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Cultura

REGULA AQUECEU (AINDA MAIS) OS TRÓPICOS

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A atuação estava agendada para as 2h30, mas a experiência de quem frequenta estes eventos, ensinou-os a serem pacientes com os artistas. Ainda assim, era visível alguma inquetação na plateia. Uma hora depois, Don Gula subiu ao palco do Gare debaixo de uma enorme ovação, fazendo-se acompanhar pelo seu DJ e por um hype man, Bacar Sanó. A fila da frente teve direito a cumprimentos personalizados do artista de Catujal, Loures.

Bellini foi de poucas falas naquele que foi o seu último concerto no norte do país em 2016. Como o próprio diz, “o papo é reto, não há muita conversa”. De canção em canção, Regula trouxe material dos seus dois projetos mais recentes, “Casca Grossa” (2015) e “Gancho” (2013), embora também tenha relembrado clássicos da sua autoria como “Kara Davis”.

O público esteve enérgico do início ao fim, cantando em uníssono as letras dos grandes êxitos do rapper, como “Casanova”, “Casca Grossa”, “Womb”, “Mêmo a Veres” e “Solteiro”, canção dos Orelha Negra que conta com a sua participação. “Cospe, Gula!” e “Fala aí, patrão!” foram frases de incentivo berradas vezes sem conta pelos presentes.

A meio do set, Toni do Rock prestou homenagem às suas maiores influências: os Da Weasel e os Wu-Tang Clan, tocando, inclusivamente, um dos êxitos do coletivo de Staten Island, Nova Iorque, “C.R.E.A.M.”.

Seria injusto não mencionar as incríveis transições nos instrumentais durante algumas músicas. Enquanto Regula cantava “Ice Grill”, o beat original dá lugar ao instrumental da “Hot Nigga”, de Bobby Shmurda. Nada que tenha atrapalhado a entrega e o flow de Don Gula, que continuam exímios. O mesmo se passou em “Bar Aberto”, desta feita com o seu instrumental a ser substituído pelo da “Rack City”, de Tyga, e Regula uma vez mais se mostra eclético.

A atuação terminou com “Cabeças de Cartaz” e Bellini abandonou o palco debaixo de vénias de uma plateia rendida à sua performance. Regula, definitivamente, “jogou em casa” no Porto, tendo prendido a multidão vibrante que lotou o Gare durante a totalidade do concerto.

O resto da noite foi preenchida com DJ sets de Raphzilla, Rykord, Golder e Okigara.

Assim se passou mais uma Tropics Night bem quente, no Gare Club.