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Cultura

“OS CRAVOS, MEU AMOR”: O TEP VAI ENCENAR O PAÍS

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Em 1962, num país adiado a todos os níveis, e que no que toca ao teatro tem ainda muito a desbravar, vários jovens vivem momentos de inquietude e de ânsia. Sabe-se muito pouco sobre o que se passa “para lá dos Pirinéus”, mas sabe-se que algo se passa, ou que pelo menos algo se passou, dando lugar a regimes democráticos mais abertos e dignos.

Neste ambiente, António Pedro, pertencente à geração fundadora do Teatro Experimental do Porto, lança o “Pequeno Tratado de Encenação” em 1962.É este o imaginário que Gonçalo Amorim e Pina Coelho convocam para o seu, e no entanto tão nosso, O Grande Tratado de Encenação.

São estas as questões com que três jovens dos anos 50 se deparam,  enquanto planeiam a construção de um Portugal novo, de um Portugal livre, de um Portugal como o que há lá fora. Mas, fazem-no como se de uma encenação se tratasse.

Misturando Émile Zola com álcool, biscoitos, cigarros, o próprio António Pedro e até tartarugas, somos convidados a refletir sobre o que será esta grande encenação, sobre o que será encenar o país – mesmo quando somos constantemente confrontados com situações que tornam difícil a coerência e a lógica, mas que fazem da juventude o período da energia, da luta, e da arrogância na medida certa.

O Grande Tratado de Encenação é a primeira peça de uma trilogia do TEP sobre a juventude inquieta e a História de Portugal. Conta com interpretação de Catarina Gomes, Paulo Mota e Sara Barros Leitão, cenografia e figurinos de Catarina Barros, desenho de luz de Francisco Tavares Teles e música original de Pedro João. A peça estreou a 20 de Abril e está ainda em cena hoje, às 21h30 e amanhã, às 16h.

Suceder-lhe-ão A Tecedeira que Lia Zola, com estreia marcada para outubro de 2017, e Maioria Absoluta, que será levada a palco em março de 2018. Estas segunda e terceira partes serão apresentadas no Teatro Municipal do Porto – Rivoli e darão voz às inquietações dos jovens das décadas de “70” e “90”, respetivamente.

 

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