Educação
ANALFABETISMO AFETA 500 MIL PORTUGUESES
Em Portugal, há 500 mil pessoas analfabetas, 130 mil com idades entre os 15 e os 65. Estes números, que contribuem para a exclusão do mercado de trabalho e consequente sobrecarga da proteção social, não são alvo de nenhuma estratégia do Governo. Por sua vez, o Porto está a desenvolver um projeto que visa contribuir para um melhoramento do cenário.
Gonçalo Xufre, que preside a Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP), não oculta que “o país tem falhado” em encarar estas estatísticas como “um grande problema”. O programa Qualifica – projeto vocacionado para a formação de adultos, que visa o aumento dos níveis de qualificação e empregabilidade dos portugueses – tem como uma das suas metas para o ano 2020 a conclusão do ensino secundário por 50% da população ativa, mas não apresenta medidas para a diminuição da população iletrada. Contudo, Xufre ressalva que planeia desenhar soluções para estas pessoas, tal como o próprio Ministério da Educação.
“Primeiro, teremos de identificar esta população, e depois teremos de construir ofertas, em conjunto com as escolas e as freguesias, para estas pessoas”, afirmou o presidente da ANQEP.
O programa Novas Oportunidades, criado pelo executivo de José Sócrates e substituído pelo mais recente e aperfeiçoado projeto Qualifica, denuncia a falta de esforço na educação para adultos na voz do seu responsável, Luís Capucha, que confessa “fomos apenas às franjas mais fáceis”.
O projeto “Percursos de Cidadania – Alfabetização Solidária”, por sua vez, surgiu por iniciativa da Associação Portuguesa de Educação e Formação para Adultos (APEFA) e pretende chegar até ao fim de maio a quem não sabe ler nem escrever na zona oriental do Porto. É com a ajuda das autarquias e de vários parceiros do Norte que a associação pretende dinamizar processos de aprendizagem de escrita, leitura e numeracia junto da população adulta, criando para o efeito uma bolsa de voluntários que sejam residentes locais. A intervenção sobre o analfabetismo começará com dois grupos de dez alunos cada e albergará sobretudo pessoas em idade ativa.
“Posteriormente, será avaliado e replicado no resto do país”, declarou também o presidente da APEFA, Armando Loureiro, ao Jornal de Notícias, ciente da necessidade de definição de uma estratégia que alcance as populações mais dispersas e isoladas.
Jorge
09/05/2017 at 16:57
O JUP agora faz selecção de comentários e elimina aqueles de que não gosta?? Isso é pouco democrático.
Jorge
09/05/2017 at 17:00
“Analfabetismo afecta”?? Com todo o respeito mas analfabetismo não é doença, não “afecta” quem quer que seja, por muito mau que possa ser.
Com um título assim se estraga um texto. Mais cuidado, por favor.