Educação
CONFLITOS AFASTAM MILHÕES DE JOVENS DA EDUCAÇÃO
Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância, um em cada cinco adolescentes não consegue aceder à escola por viver em zonas instáveis afetadas por situações como violência étnica e guerra civil. Relativamente às crianças em idade escolar primária, o relatório aponta que uma em cada onze esteja privada da educação. No total, 63 milhões de jovens não frequentam estabelecimentos de ensino devido a conflitos.
Em relação aos 22 países apresentados no relatório, o Sudão do Sul tem a mais elevada taxa de crianças sem escolaridade, chegando aos 72%; de seguida, aparecem o Chade (50%) e o Afeganistão (46%). Relativamente ao ensino secundário, as taxas mais elevadas de jovens que não frequentam este grau encontram-se no Níger (68%), Sudão do Sul (60%) e na República Centro-Africana (55%).
Apesar dos esforços da comunidade internacional, verificou-se uma estagnação desde 2007 nos processos da redução dos valores de jovens sem escolaridade. Se as atuais tendências se mantiverem, a UNICEF estima que 25 milhões de crianças que nascerão nos próximos anos nunca frequentarão uma escola. Do valor apresentado, 15 milhões são raparigas – uma percentagem superior comparativamente aos jovens rapazes (10 milhões).
Josephine Bourne, diretora do setor de Educação da UNICEF, afirmou que “em nenhuma outra ocasião a educação é mais importante do que em tempo de guerra”. A maioria destas crianças nunca frequentou a escola, algo que difere de outras regiões do globo, onde as crianças, por vezes, frequentam a escola sob proteção de grupos rebeldes.
Em resposta à crise de educação no Chade, surgiu um investimento de 10 milhões de dólares (aproximadamente 9 milhões 149 mil euros) provenientes do fundo Education Cannot Wait, apresentado em Maio de 2016 na Cimeira Humanitária Mundial, cujo objetivo é financiar uma educação de qualidade para crianças deslocadas e provenientes do Chade. Graças a este fundo, só neste ano, a UNICEF já forneceu materiais escolares para mais de 58.000 crianças, distribuiu materiais didáticos para mais de 760 professores e construiu 151 salas de aula em território chadiano. No entanto, só estão asseguradas 40% das verbas necessárias para o financiamento da educação no Chade.
Apesar destes esforços, o financiamento insuficiente está a afetar o acesso das crianças à escola em zonas que sofrem o impacto do conflito do Chade.