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Cultura

SLOW J “DE CORPO E ALMA” NO HARD CLUB

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A corrida aos bilhetes para o concerto foi tanta que rapidamente se esgotaram para o dia 19 e o artista decidiu marcar um segundo concerto, dia 20. À semelhança do anterior, voltou a esgotar assim que os bilhetes ficaram à venda. A verdade é que o seu regresso ao Porto já era há muito esperado pelos fãs, e este concerto, no primeiro dia, prometia ser especial.

Às 22h00, hora marcada para o início do concerto, já a sala do Hard Club se encontrava lotada de fãs, que começaram a chegar desde as oito. Depois de quinze minutos inquietantes, sobe ao palco o DJ Lhast, artista confirmado para a primeira parte do concerto, que durou mais de uma hora. O público aquece ao som dos mais emblemáticos artistas do mundo do hip hop e acompanha as músicas numa voz uníssona e entusiasmada. Eminem e Kendrick Lamar são alguns dos músicos escolhidos por Lhast, apostando também num forte reportório português, nomeadamente Wet Bed Gang, Regula, Dillaz e ProfJam, que deixou o público ao rubro. Por volta das onze e meia da noite, os fãs começam a ficar impacientes pela demora de Slow J e chamam pelo artista quando Lhast termina a sua atuação.

A dez minutos para a meia noite, com a audiência frenética, e num misto de névoa e luzes cor de rosa, Slow J faz, finalmente, a sua entrada em palco, enquanto toca guitarra e começa a cantar a “Arte”. O artista mostra-se entusiasmado por estar de regresso à Invicta e garante que estava há muito tempo à espera deste momento. Durante o concerto, faz algumas pausas em que elogia o público e expressa a sua perplexidade com uma audiência tão vibrante. “Adorava que vocês se pudessem ver daqui de cima. É inacreditável, a sério.”, diz o artista.

João Batista Coelho, conhecido pelo seu nome artístico, Slow J,  mostra um à vontade enorme com o público, acabando até por se descalçar, e conquista-o com a sua presença de palco impressionante. A meio do espetáculo, o artista desce do palco para abraçar os fãs da primeira fila, que nunca deixam de o acompanhar na letra das músicas.

Este espetáculo contou com uma preparação de quatro semanas, durante as quais o artista não deu mais concertos, para organizar o evento com a participação de vários convidados especiais, que a maior parte dos fãs não esperava ver nessa noite.

Focando-se mais nas músicas do seu álbum mais recente, “The Art Of Slowing Down”, Slow J envolve o público num sentimento de euforia enquanto introduz convidado atrás de convidado. O artista não consegue esconder a sua felicidade quando abraça os seus amigos em palco.

Durante a música “Às Vezes”, Slow J surpreende os fãs com a participação de Nerve, que é aplaudido pelo público apanhado desprevenido.

A entrada de Richie Campbell em palco é também um dos momentos mais altos da noite. Campbell toma conta do palco na sua colaboração mais recente com Slow J, “Water”, música que Slow J dedica ao seu avô, aniversariante.

Para terminar com as intervenções inesperadas, e deixando o público em êxtase, o artista traz para o palco Gson durante “Vida Boa” e, a meio da música, entra também o artista Papillon. O conforto de Slow J é tanto, que se senta na carpete do palco e observa a atuação dos outros artistas.

Depois de deliciar os fãs com “Cristalina”, sob a forma de tributo, Slow J canta “Canal 115” de Valete, homenageando o artista pela sua influência e o seu contributo para o hip hop português. “Eu cresci a ouvir a música dele”, conta o artista.

No fim do espetáculo, terminando com “Mun’Dança”, Slow J volta a agradecer ao Porto e diz que foi um prazer dar este concerto: “Obrigado por me fazerem sentir em casa”. As luzes apagam-se e Slow J sai do palco. Esperando o regresso do artista para mais uma música, o público mantém-se imóvel, mas é apenas presenteado com a informação de que quem quisesse esperar poderia conhecer o artista. E muitos esperaram.

 

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