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Cultura

NOS PRIMAVERA SOUND – DIA 2

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O dia começa ainda com a luz natural a espreitar. As Warpaint sobem a palco, personificadas pelo rock experimental que as define. Começam a tocar imediatamente após a sua entrada em palco, num fundo com a capa do seu segundo álbum.

Profissionais, senhoras de si, nem os gritos dos fãs as desconcentram na execução do seu rock hipnótico e sensual, numa pose imperturbável. Apenas no final da segunda música de ouve “Thank you so much!” e o auditório delira. “Undertow” segue o concerto e parece convencer os presentes, que são, finalmente, cumprimentados pela banda, que diz adorar Portugal. “Love is to die” foi a escolhida para terminar, ainda que teoricamente, o espectáculo, o que lhes vale uma simpática ovação. Tocam ainda mais algumas músicas, entre as quais “No way out” e “Ashes to Ashes”, um original de David Bowie. O concerto termina com o público vibrante, de mãos no ar. Apesar de fortes e competentes musicalmente, as Warpaint mostraram-se visivelmente cansadas, facto justificado pela longa tour em que se encontram.

Os Pixies tinham encontro marcado com o público para as 22h35. Após a separação em 1993, a banda volta a juntar-se para vários concertos por esse mundo fora. Começam com “U-mass” e “Debaser”, até que surge a emblemática “Hey” e o público não se inibe a entoar a letra com entusiasmo. Lá pelo meio do concerto surge o icónico “Here Comes Your Man” que desperta o público quase adormecido numa atmosfera fria e chuvosa de junho e leva todos a cantar em uníssono o refrão do tema.  Seguem-se outros grandes temas como “My Velouria” e “Monkey Gone to Heaven”. O concerto termina com “Where is my mind?”, o clássico, para deleite dos presentes.

Os Pixies tocaram cerca de hora e meia, num concerto com pouca intensidade e pouca interacção com o público. Ainda assim, um aplauso de cinco minutos no final foi a prova de que uma banda de culto como esta pode dar-se ao luxo de limitar-se a executar o seu trabalho, de forma exímia, sem se preocupar com questões emocionais com o seu público, que continua a vibrar com eles.

A escassos minutos do início da partida de futebol entre a Selecção Nacional e o México, é a vez de subirem a palco os Mogwai. A banda escocesa já não é recebida com um Parque da Cidade repleto de gente, talvez pelo frio, pela chuva e pelo avançar da hora, mas ainda assim cheio de resistentes.

Mogwai fizeram aquilo que tão bem os caracteriza, enquanto banda cultora do post-rock: uma aura densa e profunda, misteriosa, numa ausência quase total de vozes, num instrumental quase perfeito. Perto do final do concerto tornam-se mais agressivo, aumentam o volume, como que se de um despertador se tratassem, para alguma alma adormecida no recinto. Considerado por muitos o mais esperado e melhor momento do segundo dia de festival, Mogwai fechou com chave de ouro.

O último dia segue com The National, St Vincent, John Grant, entre outros. O JUP vai continuar por lá.