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MUNDIAL 2014: QUEM SERÁ O VENCEDOR?

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Francisco Perez

Francisco Perez

Desde a sua criação em 1930, com algumas interrupções devido à 2ª Guerra Mundial, a cada 4 anos, o fenómeno de enorme sucesso que une homens e mulheres, crianças e adultos traz sempre emoção, imprevisibilidade e a pergunta que todos colocam: Quem será o campeão?

O Campeonato do Mundo da FIFA, que este ano se realiza no nosso país irmão, tem tudo para ser um dos mais interessantes de sempre. Jogadores, treinadores e adeptos parecem estar de acordo em relação ao leque de favoritos: Brasil, Espanha e Alemanha.

O (único até ao momento) penta campeão tem a vantagem de jogar em casa diante dos seus apoiantes, ainda que perante um clima de forte contestação face ao elevado investimento em estádios que somente serão utlizados um mês, sendo visto como o grande favorito. A equipa orientada por Luiz Felipe Scolari, o homem que levou o escrete à glória em 2002, demonstra talentos promissores. Em 2013 conquistou a Taça das Confederações perante a Espanha por esclarecedores 3-0, com exibições fortes e vibrantes. Numa seleção predominantemente tecnicista, Neymar é a figura da canarinha onde residem as esperanças dos brasileiros de que a Taça não saia do país. Também conta com os habilidosos Hulk, Oscar, Marcelo, Thiago Silva, entre outros. A vitória é o objetivo e tudo menos que isso será dececionante para os sul-americanos.

Já a atual campeã em título tem dominado o futebol nos últimos anos. Sob a batuta de Luis Aragonés e atualmente de Vicente Del Bosque, a Espanha conquistou dois campeonatos da Europa (2008 e 2012) e o Mundial de 2010. O núcleo da Roja assenta nos jogadores do Barcelona e do Real Madrid, mas o famoso tiki-taka que sufocava os adversários é obra dos catalães Xavi, Iniesta, Busquets e Piqué. Amado por uns, odiado por outros, este estilo de jogo tem sido posto em causa, devido a grandes equipas da Europa, como o Barça e o Bayern de Munique, serem anuladas por treinadores que privilegiam as transições rápidas, como José Mourinho, Carlo Ancelotti ou Diego Simeone. A pesada derrota da seleção espanhola frente à Holanda fez soar o alarme de que esta dinâmica poderá estar a caminho do fim. Estes clubes tiveram épocas muito intensas, os blaugrana foram inconstantes, perdendo o título no fim e os merengues conquistaram “La Decima” depois de serem excluídos das restantes provas. Este conceito praticado nos últimos anos tornou os nuestros hermanos algo previsíveis e sem alternativas credíveis, uma vez que dos 23 convocados, 16 estiveram na África do Sul. Poderá ser o ponto final da aventura espanhola?

A Alemanha esteve perto de conquistar o seu 4º título em 2002, perdendo na final frente ao Brasil. Tirando o fraco desempenho em 2004, tem feito excelentes campanhas nas fases finais das últimas competições: terceiro lugar no Mundial de 2006, vice campeã da Europa em 2008 e semifinalista tanto em 2010 como em 2012. A Mannschaft tem enormes jogadores, muito dotados do ponto de vista técnico-tático,  que jogam nos melhores clubes europeus. O capitão Philipp Lahm, Thomas Müller, Mario Götze, André Schürrle, Bastian Schweinsteiger ou até mesmo Manuel Neuer, comandam uma seleção que procura novamente o topo. Pela sua história e pelo seu nome são, sem dúvida, candidatos.

Concordo com esta perspetiva que os principais candidatos são os acima mencionados. Sem querer desrespeitar qualquer equipa, considero que existe uma segunda linha de seleções que poderão vencer a prova. Ainda que alguns campeões como França ou Inglaterra sejam sempre adversários a ter em conta, penso que as seguintes têm uma palavra a dizer.

É inevitável falar de Portugal. A seleção capitaneada pelo Melhor Jogador do Mundo regressa às Terras de Vera Cruz 514 anos depois, mas com um objetivo diferente. Apesar de evidenciar irregularidades nos apuramentos, nas fases finais os pupilos de Paulo Bento tem tido performances muito interessantes.  Analisando individualmente, vemos jogadores de enorme classe, também em excelentes equipas, o que é por si só um forte argumento. Cristiano Ronaldo e companhia tem o todo o nosso apoio e podem espantar o mundo.

O tango argentino está ao rubro. Alejandro Sabella tem ao seu dispor um ataque fortíssimo: Lionel Messi que dispensa apresentações, Sergio Agüero, Gonzalo Higuaín, Ezequiel Lavezzi, Ángel Di Maria, entre outros. Com um ataque destes, as defesas adversárias deveriam treinar ao máximo a concentração.

Itália chega ao Mundial após uma notável participação na Polónia e na Ucrânia. Vencedora por quatro ocasiões da maior prova da FIFA, e muitas vezes criticada por apresentar um futebol demasiado tático por apostar em contra-ataques rápidos, tem o hábito de surpreender os mais incrédulos. O talentoso e no entanto polémico Mario Balotelli tem capacidade para decidir partidas e dos pés do arquiteto Andrea Pirlo sai magia, fluidez a trocar a bola e uma leitura perfeita do jogo. É uma seleção talentosa e versátil, que calcula os seus movimentos de régua e esquadro.

A Laranja Mecânica iniciou o torneio com uma vitória estrondosa de 5-1 frente aos espanhóis. Tendo já o rótulo de uma equipa que não alcança mais do que a medalha de prata, demonstrou que poderá repetir o percurso que teve na África do Sul. Van Persie, Arjen Robben e Wesley Sneijder são os líderes da Holanda que rumou ao Brasil para inscrever o seu nome na lista dos vencedores.

Relativamente às surpresas, creio que há dois conjuntos que poderão surpreender, fruto de qualificações consistentes e bem conseguidas. Contudo, poderão haver outras que espantem o mundo. A Costa Rica venceu o Uruguai por 3-1. Mas será consistente até ao fim?

A Bélgica apresenta, claramente, uma geração de ouro. Ausentes do maior palco do futebol desde 2002, mostraram na fase de grupos que praticam um futebol bonito, rápido e incisivo. Desde o gigante Thibaut Courtois, um dos melhores defesas da Premier League Jan Vertonghen, o “afro” Marouane Fellaini, o fora-de-série Eden Hazard e ao finalizador Romelu Lukaku, a turma de Marc Wilmots terá, sem dúvida, a minha atenção.

O cha cha cha foi inventado em Cuba, mas Jackson Martínez confirmou a tendência dos colombianos para se adaptarem ao futebol europeu na perfeição. Por força do Futebol Clube do Porto, os cafeteros têm ganho notoriedade no Velho Continente, seguindo as pisadas de Radamel Falcao, Fredy Guarín, James Rodríguez ou Juan Quintero. Mesmo sem o avançado do Mónaco, um dos melhores do mundo na sua posição, pode ser uma das revelações.

Há muitas dúvidas em relação ao comportamento das 32 equipas, uma vez que o Mundial se encontra equilibrado, mas no final só uma delas é que terá vontade de dançar o samba.

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