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Educação

LEONOR CASTRO: “ESPERO PODER FAZER A DIFERENÇA”

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Com um sorriso na cara e boa disposição. Foi assim que Leonor Castro encarou toda a entrevista guiada pelo JUP. Desde o seu percurso académico, as expectativas pessoais até ao método de ensino português, a aluna da Faculdade de Direito da Universidade do Porto mostrou que tem bem delineado aquilo que quer para si e para Portugal. Leonor vincula que a criatividade no ensino pode abrir horizontes e formar futuros empreendedores. Também acredita que quando se quer muito uma coisa, nada pode impedir a sua concretização.

A pergunta que não queria calar questionava a escolha de Leonor por direito. É algo que desejava desde pequena, porque considera uma área em que “a nossa palavra tem algum valor”. Não pesou só o interesse pela lei e justiça, mas também o gosto pela argumentação, “em todas as circunstâncias”. Apesar do sonho de infância ter passado pela advocacia, hoje vai mais longe. O objetivo é chegar a procuradora.

“o que os professores dizem nas aulas , agora, ganha completamente outra proporção nos livros e ganha outro tamanho e outro formato.”

Leonor percebeu rapidamente o frenesim causado pelas aulas. A adaptação aos novos métodos, aos professores e à necessidade de “tirar apontamentos na aula o mais rápido possível” são dificuldades pelas quais já esperava. Reconhece, no entanto, que é necessário um estudo diário mais organizado e “apressado”. A aluna da FDUP assume uma das maiores batalhas a expectativa depositada nela pelos outros, devido à média com que entrou – “não sou mais que ninguém. Mas existe muito essa expectativa. Mas isso vale o que vale. É uma batalha. Já tive complicações, nada de grave. Foi o que um professor disse numa aula, a média que nós entramos aqui vale zero e é verdade.”

“Acho que se queremos muito uma coisa, nada nos pode impedir de concretizá-la. “

Foto: Filipa Albergaria

Foto: Filipa Albergaria

Leonor admite que a base da organização está na gestão do tempo. Estabelece metas diárias consoante as atividades ou tarefas para aquele dia, para as cumprir “a bem ou a mal”. A estudante admite que precisa de criar motivações a curto prazo, como saídas, ou a longo prazo, para o futuro com que sonha.

 

“Devia haver uma maior abertura a horizontes. Há muitas coisas nas crianças, adolescentes, que podem promover a capacidade criativa delas. Não é uma questão tanto de ajudar na avaliação, mas principalmente no seu crescimento pessoal. “

Questionada sobre os métodos de ensino, a jovem acredita que o ensino está “mal”, uma vez que resume a vida académica dos estudantes em exames nacionais, usados para admissão universitária. Porém, admite que é difícil encontrar uma alternativa para já. Adepta das artes, defende uma escola mais aberta e que não se limite “àquilo que os livros dizem”. Acredita que a criatividade é uma mais valia para a educação e desenvolvimento dos jovens.

Segundo Leonor, é na arte que está a base para o desenvolvimento de capacidades de expressão. Na opinião da estudante de Direito, muitos dos alunos que hoje não conseguem passar uma ideia para o papel, não tiveram nas “bases” o incentivo necessário para desenvolver a criatividade. Para Leonor, a arte pode ser inovação e empreendedorismo.

“nas artes seja prosa, poesia, dramática consegue-se desenvolver essa criatividade, essa originalidade que depois se vai refletir em empreendedorismo, em inovação. Em trazer algo de novo ao mercado e ter sucesso. A arte exige isso. Temos uma tela e nós fazemos dela o que quisermos.”

Foto: Filipa Albergaria

Foto: Filipa Albergaria

Para o futuro, quer terminar o curso para fazer mestrado e começar a trabalhar. Considera-se uma “idealista”. Quer deixar uma pegada para a mudança do país. Não esquece a vida pessoal, sonhando com uma família. Para agora, dedica-se ao voluntariado na Universidade do Porto, algo em que “recebemos mais do que damos”.

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