Connect with us

Cultura

JUP RADAR: HOJE, “QUERIA QUE AS PESSOAS TIVESSEM MAIS NOÇÃO DO TEMPO”

Published

on

Perceber o que quer dizer o “Hoje” para as pessoas. Foi isso que motivou a criadora do projeto Hoje a iniciar a sua missão: colar todos os dias durante um ano um papel diferente nas ruas do Porto. O primeiro projeto de “street art interativo”, como o descreveu – por deixar folhas A4 só com a palavra Hoje escrita nas ruas e esperar que outras pessoas preencham – teve as suas origens na parede do seu quarto, quando ainda morava em Lisboa.

“Estava em Lisboa o ano passado e tinha o 365, era o que lhe estava a chamar. [O projeto] era pôr uma frase por dia na parede, fosse do que fosse. Eu tinha os números de 1 a 365 [na parede do meu quarto]. Por exemplo, houve uma vez que me queimaram no braço e depois estava com uma amiga em casa e ela estava a dizer «[a queimadura] foi naquela noite»  e eu «não, foi na outra noite» ”. Para tirar a teima foram à parede do quarto e estava num dos papéis escrito o dia em que a criadora do movimento se havia queimado.

Quando veio para o Porto, perdeu a parede do seu quarto de Lisboa e acabou por sentir que a ideia “foi perdendo a graça”. ” A desmotivação desapareceu quando assistiu a uma palestra do Mais Menos, em Novembro de 2017: “deu-me vontade de fazer aquilo que tinha na parede do quarto na rua”. Assim nasce o “Hoje”, com o primeiro papel oficial colado a 28 de Dezembro de 2017.

trz_7757

Foto: Eli Pinheiro

A partir desse momento passou a colar um papel todos os dias. O projeto tem os dias contados, tendo em conta que a ideia é serem 365 papéis em 365 dias, cada um deles com o “O” da palavra “Hoje” substituído com o número correspondente ao dia a que foi escrito. Por isso, esta entrevista ao JUP foi dada um pouco em forma de recapitulação do que aconteceu no ano que passou.

O primeiro papel

Intrigada com o significado de «hoje» para as pessoas, a artista decidiu fazer um questionário e assim nasceu o seu primeiro papel: “Escrevi mesmo «Hoje é?» e obtive a minha primeira resposta – a Teresa.”

“O Teresa”, como a artista lhe chama, estava à frente do seu local de trabalho, e foi o mais marcante de todos os papéis. “(…) lembro-me de dizer «Malta eu deixei isto aqui à porta que era para vocês escreverem», cheguei no dia seguinte e disseram «está escrito mas não fomos nós»”, disse ao JUP.

Uma noite em que perdeu 3 “Hoje’s” acabou por ser um episódio igualmente impactante. Dois estavam na zona da Adega Leonor “pintados a batom”, e um estava nos Aliados, que dizia “Hoje quero nudes, mas boas”. Na altura lembra-se de pensar: “Eu percebo que a malta arranque, mas se eu perco o Teresa eu não sei o que faço”. Pouco depois, o seu primogénito “mágico”, como o descreveu, foi mesmo roubado. “Foi aí que eu fiz o «Ontem estava aqui a Teresa»”, revelou sobre o único “Ontem” que já fez.

O processo

capturar

Foto: Instagram @hoje___

O processo da afixação dos papéis começa por “colar numa noite”, porque a artista só cola de noite. De seguida, a criadora do projeto tira logo uma fotografia, “porque no dia a seguir pode já não estar lá” e no dia seguinte volta a fotografar para registar no Instagram do “Hoje”. “Tens sempre de ter o registo”, disse a artista. Para saber onde já colou papéis, a jovem tem um mapa onde aponta: “(…) pego numa canetinha e risco todas as ruas por onde já passei”.

Sobre a conta do Instagram, a artista adiantou ao JUP que a criou apenas para registo, e não para partilha. Admitiu, também, que surgiram dali muitas oportunidades: “Muita coisa surgiu a partir do insta porque, inevitavelmente, a internet é outro mundo, não é?”.

Não repetir frases é uma das regras que sustentam o seu projeto: “(…) eu não tenho um papel repetido, eles são todos de 1 a 365. Ou seja, é um apenas por dia. No «Hoje Amor» eu, de facto, repito as cores e no «Hoje Cultura» depende, posso repetir uma cara ou outra mas é esporádico. Eu tento sempre acrescentar mais pessoas”.  

O crescimento do projeto

“O Teresa foi a minha primeira experiência do Hoje. Depois a partir daí fui fazendo do 1 até ao 365, apareceu o verbo do mês, e acabei por fazer muitas coisas este ano –  fiz o «Hoje não», o «Hoje sem rede», fiz stencil, fiz stickers, tudo e mais alguma coisa”, disse a artista.

O projeto que começou na sua parede cresceu e tomou várias formas, uma delas foi o  merchandise original. “Eu acho que a ideia é incrível, escreves na t-shirt, pões a lavar e escreves outra coisa no dia a seguir, a ideia está lá. Mas depois vem a história da sociedade consumista: preferem gastar 25€ numa t-shirt daFoto: Instagram @hoje___ Levis do que ajudar um projeto independente”, confessou a artista sobre a aderência às suas t-shirts. A jovem afirmou que vende, mas que o merchandise não teve a aderência que esperava.

Em resposta ao futuro das edições “Ontem”, “Hoje” e “Amanhã”, a artista confessou que há muita coisa em jogo, nomeadamente, a sua indecisão sobre evoluir como marca ou não: “(…) fazendo as t-shirts pensei muito em evoluir isto como marca e não como projeto de street art que é.”. “Manter um projeto extracurricular já é o que é, então imagino evoluindo como marca, não sei. Quero seguir, não quero desistir do Hoje, mas não sei o que vou fazer”, disse.

Outro ramo que nasceu do projeto “Hoje” foi a sua exposição em colaboração com a Ressaca De Ti, que contou com ilustrações e lettering originais: “Ela [Ressaca De Ti] tinha isso mas era noutro formato, mais handwritting as letras, e não é bem a minha cena. Para não fugir muito ao conceito mantive a minha letra, só mudei a questão do «O», porque eu nunca ponho o «O»“.

Com o aproximar do fim do ano, chega também o fim deste projeto e a artista revela estar a preparar uma introspecção “sobre o fim do Hoje, o fim dos 365 dias”, que vai contar com uma seleção dos “Hoje’s” que a marcaram mais. “Há respostas mesmo muito marcantes”, confirma a artista.

Até onde vai o Hoje

capturar3

Foto: Instagram @hoje____

Quando morava no Dragão, e se deslocava mais ao centro por causa do trabalho, colava mais papéis pelo centro do Porto: “Daí Cedofeita estar cheia na altura, e agora já nem está”. Agora mora perto do São João e alarga a sua arte “muito mais lá para cima” e não vem tanto colar para o centro. Além disso, a artista espalha, também, o seu projeto para lá do Porto quando vai a algum lado. O “Hoje” chegou a Lisboa em maio e “foi logo um stencil do «Ontem, Hoje e Amanhã»”.

Embora tudo tenha começado numa parede lisboeta e, de seguida, tenha conquistado o Porto, o projeto não ficou por Portugal. O papel que a artista colou mais longe foi em Paris, onde também fez stickers em francês: “Não me pus em grandes aventuras para além disso, porque, sei lá, polícia estrangeira e tal – não vale a pena”. O primeiro “Hoje” que colou lá foi em português e depois fez um francês, mas admitiu não estar na sua “zona de conforto”: “(…) não entreguei nenhum em mão, do género – «tome isto, isto é para si»”.

A artista não chegou a ver o resultado do papel de Paris mas afirmou que foi identificada lá depois e que espera que as reações tenham sido boas: “Não sei muito que tipo de opinião foi, mas isso também aconteceu cá. Não sabia muito bem que tipo de opinião é que ia receber, principalmente com os primeiros stickers, também”.

As inspirações da artista

Depois de ter sido motivada pela palestra do Mais Menos, a jovem estudante recorreu a um professor, que a desafiou a falar diretamente com o Mais Menos sobre as suas dúvidas metodológicas. O professor, que vê “quase como tutor”, viria mais tarde, no auge do projeto,  a dizer-lhe: “olha se querias o Porto, o Porto já é teu”. A artista não conseguiu esconder a sua apreciação ao comentário: “(…) um prof dizer-me isso tipo «ok estás a chegar a algum lado com isso». Isso também foi um momento um bocado marcante para mim”.

Apesar das diferenças intrínsecas de projetos – “(…) ele faz uma crítica à sociedade, crítica política e económica, e eu faço uma cena sentimental-fofinha” – o artista Mais Menos também deixou a sua marca na jovem artista. Ao longo da sua ascensão na arte urbana, a artista foi conhecendo várias personalidades, como “o Costah, por exemplo”.

“Temos projetos muito diferentes e conhecer a parte detrás dos projetos é muito fixe. Da mesma maneira que eu tive uma ideia e essa ideia está na rua, essas pessoas também. Conheci muita coisa, cenas que nunca pensei, e é realizador, é fulfilling”, afirmou.

A mentalidade de viver no momento

A criadora do projeto assume a sua posição enquanto porta-estandarte de uma ideologia que defende o viver no momento. Os seus papéis representam o agora, pelo que, de certa forma, ela procura fazer com que as pessoas reflitam sobre o presente e apreciem a fugacidade do tempo.

“Queria que as pessoas tivessem um bocado mais noção do tempo, daí o hoje.”

Apesar de ter sido mal interpretada inicialmente – “a malta do street art achava que isto era tipo a campanha da Olá que era «Diz olá». Achavam que era uma campanha publicitária.” – não demorou muito até compreenderem o seu conceito diferente.

A artista admite que o seu projeto, sustentado pela mentalidade de viver no momento (Hoje), não intencionalmente, serviu de inspiração para novos movimentos interativos semelhantes: “A partir do momento em que eu comecei a pôr estas folhas brancas, que foi a primeira coisa de street art interativo, antes não havia nada, muito menos numa folha branca A4, começou a aparecer muita coisa. Acho que impulsionei um bocado isso. Pelo menos eu fui vendo coisas na rua de movimentos parecidos com o meu.”

“Acho que consegui pegar nas pessoas para fazerem qualquer coisa. Não era essa a intenção mas acho que consegui”, concluiu a artista.

O porquê do anonimato

“O projeto é de mim para o mundo e é um bocado mais por aí. Não quero ficar com glórias de nada, porque, lá está, eu faço isto para as pessoas, ou seja, não é, de todo, para dar a cara.”, explica. A pessoa por trás do hoje tem no seu background vários cursos de design, mas decidiu vir para o Porto tirar uma licenciatura porque, como explicou, “se quiser ganhar algum dinheiro a licenciatura dá jeito.”

“Eu quero que as pessoas pensem nisto e não, lá está, numa cara que possa haver associada a isto”

Com 24 anos de idade, e nada satisfeita por saber que vai acabar a licenciatura com 26, assume que gosta de design mas que o seu verdadeiro objetivo é ser artista nessa área.

O impacto e as histórias

Quando questionada sobre se tinha percepção do impacto que tem no dia a dia das pessoas, a artista respondeu que já a abordaram, sim, e que isso é “sempre dos momentos mais bonitos”.

“Eu fazia stickers tipo, olhava para ti tipo «Hoje é o teu dia, tu consegues!», estás a ver? As pessoas ficavam mesmo bué felizes: «ok esta frase foi feita para mim»”, revelou.

A arte da jovem estudante não passa despercebida pelas pessoas, muito pelo contrário: “(…) a última cena que me aconteceu foi terem-me mandado uma foto de uma moldurazinha num quarto com um Hoje meu e era uma brasileira que apanhou um Hoje que estava na Trindade – o 232, «Hoje é uma indecisão» – e ela disse-me que estava meio descolado e decidiu, com jeito, tirar o outro resto. Claro que eu lhe respondi: «é lógico que não sou a favor de tirarem coisas da rua mas fizeste bem em salvá-lo e levaste-o para o Brasil». Tipo, isso é incrível, vou inclusivé enviar-lhe stickers.”

Há mais histórias como esta e a artista fez questão de contar algumas ao JUP, começando pela vez em que um “Hoje” mudou de sítio: “Houve, no início, um Hoje que eu tenho a certeza que colei em Cedofeita num caixote do lixo, no dia a seguir não estava lá. Passado quê, umas duas ou três semanas, apareceu uma foto desse número colado nas virtudes, quando eu não tinha ido nunca colar às virtudes. Ó pá e foi bué confuso porque, tipo eu não faço a mínima ideia… Ou seja, no caixote do lixo onde eu o colei inicialmente, estava um cantinho mínimo desse Hoje e depois ele foi parar às virtudes. Eu não faço a mínima ideia do que é que aconteceu.”

Foto: Instagram @hoje___

Foto: Instagram @hoje___

“São histórias. Há bué ceninhas. Eu lembro-me de uma vez, também nas virtudes, em que estava um rapaz a tocar guitarra e eu dei-lhe um sticker – achava que ele era português, por acaso, depois percebi que não porque ele perguntou-me o que é que queria dizer, era o «Ainda te falta viver», e eu fiquei meia na dúvida do que é que lhe traduzia mas disse «You still have less to live» – e um amigo meu foi lá ter depois, eu já tinha ido para casa, e quando ele chegou a casa, o meu amigo e colega de casa, disse «olha encontrei o italiano a quem deste um sticker». Lá está, o gajo virou-se para ele «olha ajuda-me a traduzir isto» e o João respondeu-lhe «vais achar muito improvável mas a pessoa que te deu isso vive comigo». É random, é muito random, mas é engraçado por isso. São uns momentos mesmo priceless, sei lá. Nunca pensei”, acrescentou.

Os obstáculos

Não foi sempre fácil conciliar os estudos com o trabalho, e, ainda, um projeto desta dimensão.

“Eu no início do ano estava com dois part-times, a estudar, e ainda esticava o meu horário para ir colar [Hoje’s] à noite. Ou seja, tipo, eu estava com quatro ou cinco horas de sono de janeiro a junho. Foi um bocado complicado, mas acho que foi essa a fase em que eu tive muito mais vontade de fazer. Não sei, tipo, se calhar, lá está, é por viver no limite – não tens tempo, mas tens de fazer isto hoje. Aí tinha muito mais entusiasmo, admito, mas foi um bocadinho complicado gerir o tempo aí. Agora não, foi quando fiquei só com um part-time que fiz o «Hoje Amor», que fiz o «Hoje Cultura» e que fiz todos os outros, lá está. Até então, era só mesmo o mensal e o dos 365. Portanto, ya, ao início foi complicado”, confessa a artista.

No entanto, a universidade não é o único obstáculo que a artista enfrenta, há outro sobre o qual tem menos controlo – o tempo (atmosférico): “Por exemplo agora tenho 2 semanas de papéis atrasados [por colar] e está um temporal horrível. E acabas por lidar um bocado com isso. Atrasei-me muito com os papéis, não é que não os tenha escrito, tenho, escrevo todos os dias, mas lá

Foto: Instagram @hoje___

Foto: Instagram @hoje___

está, para os colar lido com estas situações. E posso colar e no dia a seguir não estar lá nada, levo sempre com isso”.

 

Pior que as condições atmosféricas adversas é o desaparecimento dos seus papéis.

Como aconteceu com “o Teresa”, muitos stencils e até stickers desaparecem de um dia para o outro. Assim, a artista reflete sobre um dos primeiros stickers que, por sorte, não desapareceu: “Eu ainda tenho um dos primeiros colados, está no Carlos Alberto e diz «Hoje já agradeceste?». Está numa farmácia, naquele spot noturno onde eles te passam os medicamentos para cá, e está lá ainda colado. Lá está, ou seja, isso nem sequer tinha película ainda e iam desaparecendo. E desapareceram bué rápido”.

Sobre a existência, ou não, de plágios do seu projeto a artista frisa uma situação recente de um concorrente do programa Love On Top, que usava uma sweat com o seu “Hoje” escrito – “(…) não é meu, obviamente que não é meu”, afirmou.

“Definitivamente, essa t-shirt deixou-me assim um bocado… (…) Tipo, eu sei que o Hoje não é assim tão difícil de copiar – a ideia está lá, é só uma palavra – mas espero que isso não aconteça. Lá está, não tirem o mérito aos pequeninos.”, refletiu.

O que vai acontecer quando o Hoje acabar

“Isso tem sido a minha maior questão, tenho muitas ideias mas não quero fugir do hoje, porque a sociedade é instantânea: nós queremos o hoje e o agora”, explicou.

Foto: Instagram @hoje___

Foto: Instagram @hoje___

A ideia da criadora do projeto é agora fazer dois novos projetos semelhantes: o “Ontem” e o “Amanhã”. “O Ontem queria começar para o ano, como ponto de comparação a este ano e o Amanhã no terceiro ano de faculdade. Isto não tem nada a ver com a faculdade, mas é quando os meus planos no Porto acabam: quando a faculdade acabar e depois seguir para algum lado. O que me está a bloquear é não querer deixar o Hoje, mas aquela vontade de voltar a colar 365 papéis…”

O Hoje para a artista

O que começou por ser uma experiência social sob a forma de arte tornou-se num movimento de conteúdo e significância relevantes: “(…) a mensagem é importante porque, mesmo que não seja relativamente ao tempo ou a ti ou à tua mãe, são cenas específicas e as pessoas sorriem com isso”.

Por vezes, há mensagens com significados especiais para a artista, como é o caso do sticker “Hoje ouve o bater do coração” – “Essa frase toda gente adora, tipo é fofinha e tal, mas isso foi quando a minha mãe pôs o pacemaker. Ou seja, enquanto para as pessoas isso é uma mensagem bonita – para mim não deixa de ser na mesma – mas foi um dia marcante, se calhar mais pela negativa do que pela positiva. É engraçada essa analogia das coisas, porque eu posso escrever uma coisa que para mim quis dizer uma coisa mas tu podes entendê-la completamente diferente”, explicou.

 

“Eu consigo contar a minha história perante todos eles [Hoje’s]. (…) Eu sei tudo o que fiz este ano pelo Hoje. Por acaso é mesmo incrível – eu estou um bocado introspectiva com o fim do Hoje  – mas é mesmo incrível ver tudo o que eu fiz, porque eu nunca pensei em nada disto. Não era mesmo nada esta a escala e, tipo podia ter chegado muito mais longe, não é essa a questão, mas lá está eu só queria pôr os meus papéis na rua, era só isto”, afirmou a artista.

 

A autora do projeto “Hoje” confessa que lhe perguntam muitas vezes por que não cria um Facebook para o movimento e para ela a resposta é bastante simples: “Porque não, lá está, eu fiz o insta para mim, não para o mundo. No máximo, a única coisa que eu queria que fosse para o mundo era as frases, e isso consegui. Após tudo consegui essa parte, portanto acho que isso é o mais importante para mim, de facto.”

Guiada pelos seus ideais fortes, a jovem vai continuar a deixar a sua marca na cidade do Porto. A artista de 24 anos confia no poder de uma folha branca A4 e de uma caneta para continuar a estimular a interação interpessoal e a apreciação do dia de “Hoje”.

Qual é que seria a frase de hoje?

“Não sei, hoje ainda agora começou. «Hoje ainda agora começou», acho que é isso. Não sei, eu só escrevo a frase no fim do dia. Ontem começou bem mas acabou mal, portanto só escrevo no fim do dia. Mas diz-me tu, o que é que é o teu hoje?”.

Este artigo é da autoria de Inês Moura Pinto e Luís Rocha.

JUP Radar é a rubrica mensal do Jornal Universitário do Porto, incluída na editoria de Cultura, que explora os artistas emergentes, nas mais diversas áreas, que chegam ao nosso radar. Os artigos saem no último domingo de cada mês.