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Artigo de Opinião

A TRANSIÇÃO E A OPORTUNIDADE

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Alexandra Albuquerque

Alexandra Albuquerque

A maioria dos estudantes de ensino superior está neste momento numa fase de transição: ou já acabou o ano letivo e espera ansiosamente pelo bom tempo para gozar as férias, ou está em exames, encorajada pelo tímido verão.

A uns e outros espera, no entanto, um tempo entre aulas, ou entre aulas e procura de emprego; um período com mais tempo, esse bem precioso e escasso, que pode ser agora mais influenciado pelo ócio, por encontros e desencontros (de pessoas, horários) ou por outras experiências onde se podem desenvolver competências para o mercado de trabalho, a relação com os outros e com nós próprios. Aquilo que não se aprende na sala de aula, nem no período de exames, que não se escreve no CV, mas que salta à vista nas entrevistas e nos primeiros dias de estágio ou trabalho: a atitude.

Se uma boa educação formal e boas classificações são importantes, há competências (as chamadas soft skills) que os empregadores consideram essenciais: capacidade de relações interpessoais, de resolução de problemas, competência linguística, competência intercultural e compromisso. Há muitas mais, sem dúvida, mas todas se resumem à atitude: perceber que quando não se sabe não se fica parado e se vai à procura de quem saiba ou de como se faz; que não são só os outros que são diferentes, mas que também nós somos diferentes para os outros; que os problemas existem, porque existem soluções para serem encontradas; que dizer “faço” significa fazer, mesmo que seja fora de horas, com custo pessoal; que errar, mais do que humano, é inevitável, quando se tenta, se arrisca e se sai da zona de conforto, e que a única atitude perante o erro é admiti-lo, corrigi-lo e aprender a lição.

A atitude constrói-se com educação, com experiências com os outros, expondo-nos, vendo as diferenças como algo natural e a respeitar. Percebendo que há mais mundos para além daquele em que crescemos e que vemos todos os dias e que todos são “normais” para alguém; que ser correto e educado não é uma fraqueza; que há que saber descobrir o que queremos e o que não queremos…

Assim, neste tempo de transição entre aulas, porque não aproveitar a oportunidade e embarcar num projecto de voluntariado, num estágio de verão, num part-time, cá dentro ou lá fora? Não custam dinheiro e, pelo contrário, podem ajudar a juntar dinheiro para outras experiências igualmente enriquecedoras: estudar lá fora, viajar…  As ofertas são muitas, cá dentro e lá fora, por isso, porque não começar já a digitar no teu motor de busca summer jobs ou “trabalhos de verão”?

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