Educação
O DESIGN DO FUTURO CAMUFLADO NA NATUREZA
Parece ficção científica, mas nem a sétima arte consegue traduzir os desafios sociais, económicos e ambientais que se colocam ao ser humano e aos quais o Eco-Village Community pode dar resposta.
No ano em que comemora 45 anos de existência, o IADE (Instituto de Arte, Design e Empresa) – Creative University vê o seu projeto Eco-Village Community constar na lista da conceituada revista italiana Ottagono, que o nomeou como um dos melhores projetos mundiais de design sobre o desenvolvimento sustentável, como promotor do bem-estar individual e coletivo.
A revista dedica a edição de julho/agosto à análise dos melhores projetos mundiais de design sobre bem-estar. Das propostas apresentadas pelas instituições membros da Cumulus – Associação Internacional de Universidades de Arte e Design – foram selecionadas onze instituições de ensino em todo o mundo, entre as quais a IADE, que se coloca a par das mais reputadas escolas, como a Scuola del Design, Politecnico, em Milão, Elisava, em Barcelona, ou a Otago Institute of Design, na Nova Zelândia.
Da autoria de Rui Vasques, mestre em Design de Produção, o Eco-Village Community é um modelo criado de raiz, uma cidade que responde às necessidades sociais, económicas e ambientais, numa transição para a era do desenvolvimento sustentável. Segue um modelo que adota os princípios de construção e produção local, de autossuficiência e cooperação,
e da otimização de melhores soluções tecnológicas.
Em termos energéticos, a comunidade concebida pelo designer utiliza energia solar, eólica, produção de biomassa e biocombustíveis, energia cinética e, se necessário, energia geotérmica, dependendo das condições locais. As estruturas da Eco-Village estão projetadas para serem construídas em superadobe – técnica de construção a partir de sacos com terra criada nos anos 80 –, pelo que teriam elevada resistência, baixo custo e reduzido impacto ecológico pela utilização de materiais locais. Rui Vasques considera que o modelo pode ser em aplicado em todo o mundo por ser passível de se adaptar às condições climatéricas e ao potencial energético do local.
“O IADE – Creative University tem apostado na sensibilização dos seus estudantes para que os conceitos orientadores dos projetos das teses de mestrado tenham por base triangulações de conhecimentos de âmbito cultural, científico, experimental e logístico. A visão periférica que é estimulada permite que os alunos aprofundem temas relevantes para a sociedade”, refere António Cruz Rodrigues, coordenador da área científica de projeto do Instituto.
Além da Eco-Village de Rui Vasques, a caneta para invisuais criada pelo aluno italiano Filippo Fiumani e o desenvolvimento de um autocarro de apoio aos sem-abrigo, de André Silva, são exemplos da diversidade de projetos desenvolvidos pelos estudantes e que partem do mesmo mote: as preocupações humanas e a resposta por um meio sustentável.