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Crítica

Mínima Luz: Três Tristes Tigres vieram à tona

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Ano 2017, Teatro Rivoli. Foi aqui que Três Tristes Tigres voltaram à vida. Num concerto que relembrava o álbum Guia Espiritual (1996), encontraram um público bem lembrado, e provaram que ainda tinham lugar na música nacional.

Ana Deus e Alexandre Soares viram-se com espaço para mais e, desta vez não como Osso Vaidoso – outro projeto da dupla – forjaram Mínima Luz.

O álbum é musicalmente atualíssimo, porém coerente com o anterior trabalho.

Estreado a 1 de Maio, o novo álbum conta com letras originais de Regina Guimarães, Luca Argel e Ana Deus e adaptações de poemas de William Blake e Langston Hughes. Instrumentalmente, tem Fred Ferreira na bateria, Gustavo Costa na percussão, Rui Martelo no baixo e Angélica Salvi na harpa.

Com sons celestiais e guitarras alternativas e difusas como as de Velvet Underground e Spaceman 3, o disco leva-nos num coma que força a introspeção e desenterra o nosso eu-nostálgico, apelando a um grito depressivo que, absurdamente, quer viver.

Embora com ritmos diferentes nas 9 faixas, nota-se uma percussão seca, bem marcada, e, num respiro eletrónico e minimal que recorda os Suicide, ressurge o universo artístico dos Três Tristes Tigres.

Em ligação com a natureza e ao som do canto teatral de Ana Deus, sentimos uma harmonia facilmente coreografada na nossa cabeça.

Seguimos numa caminhada espiritual, num transe mental, como se de uma melodia embalatória e amigavelmente soturna se tratasse, para errarmos numa espécie de renascimento fluidamente confortável.

Gravado no Estúdio Sonoscopia, Mínima Luz encontra-se disponível atualmente em CD e formato digital e será editado em vinil no final de maio.

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