Memento Mori

Memento Mori

Estas duas palavras em latim podem não constar muito no nosso vocabulário quotidiano, porém o significado da expressão pode mudar o sentido que dás à tua vida.

Esta expressão, enfatizada pelo grande Marco Aurélio, o último dos cinco bons Imperadores romanos, traduzida para português, significa “lembra-te que morrerás”. De facto, é algo que toda a gente sabe. É mesmo a única certeza absoluta da vida.  Contudo, arrisco-me a dizer que é uma noção que não sabemos apreciar e que seguramente não ocupa o nosso pensamento diário.

A questão aqui, nem é mesmo se vais para o céu, se para o paraíso, se para Valhala ou até simplesmente e numa expressão mais niilista, para debaixo da terra. O exercício mental memento mori é aplicável a cada instante da tua vida, com o objetivo de melhorar a tua conduta moral, tornando-a mais consciente.

Por outras palavras, se tivesses a todo o instante a noção de que a qualquer momento podes fechar os olhos para toda a eternidade, o que farias de diferente? Guardarias mágoas? Continuarias ofendido por comportamentos alheios? Provavelmente punhas a conversa em dia com velhas amizades. Não te cansavas de elogiar os teus próximos. Eventualmente pedirias desculpa a quem foste bruto. Assobiavas a caminho da padaria. Rias-te mais. Procurarias sempre desfrutar os prazeres que a vida oferece. E definitivamente que não passarias tanto tempo nas redes sociais a olhar para um ecrã (a não ser para ler mais artigos do JUP, óbvio). Essencialmente, viverias a tua vida da maneira como sempre a arquitetaste. Sem negatividade, sem problemas, sem o “vou deixar isto para amanhã”.

Ao contrário da expressão carpe diem, que diz para aproveitares o dia da melhor maneira possível, o exercício memento mori obriga-te a ter noção de que a qualquer momento podes deixar de viver. E isso determina o que fazes, o que dizes e o que pensas. Deixa que cada ação, cada decisão e cada pensamento teus, sejam aqueles de um moribundo. Em suma, memento mori dará urgência e clareza à tua vida.