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Crónica

Agosto… o mês do regresso às aulas

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Há uns dias atrás, durante as minhas férias, estava sossegadamente sentado na mesa após um agradável almoço com a televisão ligada como pano de fundo. Estava completamente em “modo férias” até que passou uma nova publicidade do regresso às aulas deste ano letivo que já está prestes a começar. E, pronto, lá se foram as minhas férias.

Agosto deveria estar recheado de idas à praia, de passeios, de visitas a diferentes cidades e, principalmente, de descanso e não de publicidades com vozes demasiado entusiasmadas reiterando frases como “olha este novo caderno!”, “compra este lápis tão giro!”, “vais precisar desta capa!”.

Aliás, até acho piada ao facto de essas publicidades fazerem de tudo para transmitir a ideia do regresso às aulas como “a melhor época do ano” (sim, esta expressão foi usada numa campanha publicitária deste ano). Claro que para algumas pessoas isso até pode ser verdade, mas nem mesmo essas pessoas chegam à escola no primeiro dia do novo ano letivo com um sorriso tão grande como o dos alunos nessas publicidades com os seus cadernos novinhos em folha, canetas de todas as cores imagináveis e uma mochila tão estilosa que deixa de ser tendência antes de o primeiro período/semestre acabar.

Assim, o próprio regresso às aulas, tal como qualquer outra época importante do ano (Ano Novo, Páscoa, Halloween, Natal, entre muitas outras) passou a ser utilizado como uma ferramenta capitalista para incentivar as crianças a comprarem novos (e aparentemente melhores) materiais escolares para o ano letivo seguinte, altura em que se gasta uma fortuna para terem os livros obrigatórios das centenas de disciplinas. Algo no qual também reparo é que essas publicidades promovem a ideia de que estes novos cadernos, lápis, marcadores, etc. são necessários para que tenhamos um regresso às aulas alegre e bem sucedido como o que mostram.

Quando era mais novo, aproveitava muito do meu material escolar dos anos anteriores e, quando via os meus outros colegas com as suas canetas todas xpto compradas ainda no final de agosto e eu com uma borracha tão pequena que quase nem era uma borracha, confesso que me sentia um pouco inferior e que, se calhar, não estava tão bem preparado para esta nova etapa escolar, o que não tem qualquer nexo, pois não vai ser uma esferográfica multifuncional de 12 cores que me vai fazer empenhar nas aulas e no estudo.

Ai, chega de falar da escola! Veem porque não gosto de publicidade de regresso às aulas em pleno agosto? Interrompi as minhas lindas e relaxantes férias para falar sobre esta época que está quase a chegar e, sim, é extremamente importante, mas nem sempre é assim tão entusiasmante como essas campanhas publicitárias com alunos e professores a dançarem freneticamente. Ao menos, que passem essas publicidades só a partir de 1 de setembro, pois, para mim, agosto é só para férias!

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