Cultura
Cartaz NOS Primavera Sound 2022: 10 artistas a não perder
Depois da triste realidade que foi assistir, por dois anos seguidos, ao cancelamento de todos os festivais devido à pandemia da covid-19, foi no passado dia 10 de dezembro anunciado o novo cartaz completo da 9ª edição do NOS Primavera Sound:
Como já é habitual, o alinhamento revela-se eclético, apresentando uma grande diversidade de artistas e géneros musicais – desde Tame Impala a Jhay Cortez, passando por Mura Masa a Cigarretes After Sex, ou ainda King Krule a Pabllo Vittar, entre outros.
Infelizmente, nomes como FKA twigs, Chromatics, Doja Cat, C. Tangana e Tyler, The Creator foram retirados do cartaz. No entanto, há algumas novidades, pelo que, ao contrário do que era suposto ter acontecido em 2020 e 2021, vamos poder contar com a presença de Tame Impala, Gorillaz e Interpol, Nick Cave & The Bad Seeds, entre outros, no festival tripeiro.
No campo de artistas portugueses, destacam-se nomes como David Bruno, Chico da Tina, Mvria, Montanhas Azuis e DJ Firmeza.
Em adição, e com o anúncio deste cartaz, fica de seguida uma lista de dez artistas que possivelmente passaram debaixo do radar de muita gente, mas que merecem a nossa atenção.
Caroline Polachek:
Cantora, compositora e produtora norte americana, Caroline lançou em 2019 o seu primeiro álbum a solo, “Pang”, para muita aclamação da crítica e do público. No seu passado pertenceu a várias bandas, como o duo de música eletrónica alternativa Chairlift, e teve ainda outras tentativas de música a solo em que usava pseudónimos como “Ramona Lisa” e “CEP”. Em adição, já colaborou com diversos artistas musicais, como Blood Orange e Charli XCX. Conhecida por possuir um timbre único, no seu último álbum demonstra em músicas como “Ocean of Tears” e “Door” o potencial que a sua voz tem, especialmente quando em junção com uma produção etérea e emocional. Entretanto, lançou este ano uma nova música, diferente de tudo o que já apresentou até ao momento, e confirmou que esta faz parte do seu próximo projeto. Podes ouvir aqui:
DIIV:
Banda de rock norte americana formada em 2011, contam até agora com 3 álbuns de estúdio lançados. Nos seus dois primeiros álbuns, o conjunto demostra uma sonoridade mais leve e “indie”, já no último, denominado “Deceiver”, apesar de conseguirem manter a essência da banda, a mesma seguiu um rumo mais pesado, quer a nível sonoro quer mesmo a nível do liricismo, acabando por ser um disco já a tocar no post punk e shoegaze. Esta evolução não deixa de ser interessante e deixou a crítica e os fãs na expectativa do que poderá vir a seguir. Podes ouvir a faixa inicial do último álbum deles aqui:
Rina Sawayama:
A cantora japonesa e britânica, que em 2017 lançou o seu primeiro projeto musical, o EP “RINA”, além de alguns outros singles soltos, como “Cherry”, lançou o seu primeiro álbum de estúdio, “SAWAYAMA” em abril de 2020. Desde aí, a artista não tem saído dos holofotes – no passado mês de setembro colaborou com Lady Gaga na música “Free Woman” pertencente ao álbum “Dawn of Chromatica”, teve ainda a sua participação no “The Metallica Blacklist”, mais especificamente na faixa “Enter Sandman” e, por último, colaborou com Elton John num remix da sua música “Chosen Family”. Recentemente a artista partilhou ainda que Stuart Price, produtor que trabalhou anteriormente com Madonna, Kylie Minogue e Dua Lipa, se encontra a produzir com ela o seu segundo álbum de estúdio. Com esta notícia podemos certamente esperar um próximo álbum repleto de hits dançáveis. Por enquanto, fica com uma das músicas mais representativas da artista:
Jamila Woods:
Cantora de neo soul e hip hop, compositora e poeta norte americana, Jamila conta até à data com dois álbuns de estúdio lançados, “Heavn” em 2017 e “Legacy! Legacy!” em 2019. As suas músicas referem muitas vezes temas de ancestralidade, feminismo e identidade negra, com ênfases recorrentes ao amor próprio. O concerto no NOS Primavera Sound do próximo ano será um a não perder. De seguida fica o último lançamento da artista:
Slowdive:
Slowdive, banda de culto britânica de rock/shoegaze formada em 1989, apresenta até à data 4 álbuns editados. Os três primeiros foram lançados entre 1991 e 1995, sendo que, após uma grande pausa total de atividade, regressaram em 2014 aos concertos e em 2017 com um novo álbum, o self-titled “Slowdive”. De facto, em 2014 passaram mesmo pelo Parque da Cidade na tour de regresso, e, agora, passados 8 anos, vão voltar a tocar no mesmo palco. Provavelmente o mais emblemático dos 4 álbuns, “Souvlaki”, é considerado por muitos como dos melhores álbuns de todos os tempos. Fica aqui a recomendação de uma das músicas que mais passa despercebida desse mesmo álbum, mas que demonstra uma capacidade brutal de transformar batidas lentas e riffs de guitarra em emoção pura:
Sky Ferreira:
Provavelmente das maiores surpresas adicionadas ao cartaz deste ano, Sky Ferreira, cantora norte americana de descendência portuguesa e brasileira, tem das carreiras mais insólitas de sempre. Lançou dois EPs em 2011 e 2012, seguido em 2013 pelo seu álbum de estreia “Night Time, My Time”, que, apesar de recebido com críticas mistas, lhe permitiu criar um following de culto. Porém, desde então, não lançou qualquer outro projeto, sem ser um single em 2019 denominado “Downhill Lullaby”, que nunca viria a resultar num álbum. Será que esta confirmação significa que o místico segundo álbum estará finalmente para chegar? De qualquer forma, podes ouvir aqui uma das músicas mais emblemáticas da artista:
Little Simz:
Uma das revelações no campo do hip-hop, Simz é uma artista britânica que tem muito para dizer. Conta já com quatro álbuns editados, sendo que o último “Sometimes I Might Be Introvert”, lançado no passado mês de setembro, está a ser recebido muito positivamente pela crítica e público. Segundo o que Simz afirmou ao The Guardian, este álbum é sobre a própria artista “ser aquela pessoa introvertida que tem todos os pensamentos malucos, ideias e teorias na minha cabeça e nem sempre sentir que sou capaz de expressar isso, se não for por meio da minha arte.” A rapper atuou anteriormente na edição de 2019 do festival e volta agora na próxima edição de 2022 para continuar a deslumbrar. Em baixo fica uma das faixas do seu mais recente álbum:
Om:
Banda norte americana de doom metal formada em 2003, Om têm até ao presente 5 álbuns lançados. Caracterizados por uma sonoridade pesada mas espiritual ao mesmo tempo, existe simbologia religiosa tanto nas músicas como na arte associada – quase todos os álbuns apresentam iconografia ortodoxa oriental na capa e até o próprio nome advém do conceito hindu da vibração natural do universo. Em adição, são considerados como uma das bandas mais hipnotizantes de se ver ao vivo, portanto o concerto no último dia do festival é a não perder. Podes ouvir aqui uma das faixas presentes no último álbum, “Advaitic Songs”:
Kim Gordon:
Conhecida principalmente pela sua participação como guitarrista, baixista e vocalista na banda de rock Sonic Youth, Kim Gordon é na verdade uma artista multidisciplinar, tendo começado a sua vida artística primeiramente no ramo plástico e visual, e apenas posteriormente no musical. Em adição, além da sua presença nos Sonic Youth, produziu também vários outros álbuns de rock alternativo, como o “Pretty on the Inside” das Hole. No presente, apresenta-se somente a solo e certamente não vai desapontar. De seguida, deixo o mais recente lançamento musical da artista multifacetada:
black midi:
Banda britânica de rock progressivo formada em 2017, lançaram dois álbuns até à data – o primeiro, “Schlagenheim”, lançado em 2019, e o último, “Cavalcade”, lançado este ano. Ambos foram recebidos com bastante aclamação por parte da crítica, sendo que o segundo consegue levar ainda mais longe o som já bastante experimental do primeiro álbum, transportando o ouvinte numa viagem verdadeiramente psicadélica até ao último momento do disco. Sendo uma banda muito recente com um grande futuro pela frente, são sem dúvida um dos grupos a ter mais em atenção no próximo dia 9 de junho. Em baixo podes ouvir o single do último álbum:
Os passes gerais e diários já estão disponíveis nos locais habituais, por 140€ e 60€, respetivamente.
Artigo da autoria de Tiago Cardoso