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Crónica

A estranha Meta de Zuckerberg

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No início do século XXI – mais concretamente em 2004 – a Meta, criada pelo então estudante Mark Zuckerberg, era uma rede capaz de conectar e gerar encontros e amizades coloridas entre os estudantes do campus de Harvard, nos Estados Unidos da América. Atualmente, o objetivo desta rede social configurou-se numa estratégia valiosa para a recolha de dados pessoais, do que propriamente na criação de amizades coloridas.

Se o criador do até então intitulado Facebook tivesse nascido em Portugal, iria ficar a saber de duas coisas.

A primeira é que o facto de mudar o nome da sua empresa, na realidade, não muda em nada a opinião pública. Advogo isto à luz de exemplos que podemos considerar semelhantes como o banco de Ricardo Salgado, denominado de BES, que passou então a chamar-se de Novo Banco. O primeiro rouba e vende dados, já o segundo apenas rouba – e não, não são os bancos de dados. Desde o sucedido, a única coisa que se manteve para o bem de ambos, foram os acionistas. Por isso, as mudanças de nomes são apenas para agradar esse pequeno e restrito grupo de rabugentos (o qual apelido de Ebenezer Scrooge). Não percebo. Não percebo como é que acionistas e os mercados ficam satisfeitos com estas estranhas mudanças. Fazem-me lembrar aquelas promoções da Black Friday, ou do Natal, que só por estarem a 99,99 € criam um efeito psicológico nas pessoas pela diferença de um cêntimo para 100 €.

A segunda coisa é que nunca, mas nunca, daria o nome de Meta a uma rede social. Faz lembrar uma aplicação criada para perder peso ou para encontros fitness entre professores de zumba e culturistas.

Por fim, só nos resta esperar e ver se Zuckerberg não ganha subitamente Alzheimer, e se aquele professor de zumba consegue finalmente reaver o dinheiro que o Salgado lhe pediu emprestado. Contudo, espero que Zuckerberg consiga atingir a sua tão desejada Meta para 2021, pois o fim do ano já se aproxima.

Artigo da autoria de Diogo de Sousa