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Artigo de Opinião

BONDADE NA MODA

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Carina Dias

Carina Dias

Se pegarmos num jornal, em qualquer dia da semana, vemos medo, terror, miséria, guerra, ódio, raiva e violência. Tudo isto acaba por se converter num hábito para nós. Torna-se muito fácil ficarmos insensíveis e cegos a este tipo de situações. Desta forma, nos dias de hoje está acontecer, a meu ver, um fenómeno que me deixa de certa forma preocupada. Antigamente ficávamos admirados quando todos estes fenómenos de ódio e guerra ocorriam. Hoje isto passa-nos um pouco ao lado e ficamos perplexos quando vemos alguma situação de bondade. Isto acaba por ser um pouco paradoxal e estranho, porque isto é que deveria ser o normal.

Quando alguém faz um gesto nobre, todos filmam e comentam, tem milhões de visualizações. Todavia, isto não deveria ser assim, uma vez que esta ocorrência deveria ser o normal, o quotidiano. É tudo muito triste e demostra a decadência em que vivemos.

Se isto continuar assim, daqui a uns anos, temos o dia mundial da bondade, para que pelo menos num dia específico exista este valor fundamental da sociedade.

Com isto não quero dizer que o Mundo deveria ser perfeito, apenas quero dizer que, no mínimo, deveria haver um equilíbrio.

Além disto, há sempre aqueles casos em que ser bondoso é bonito e toda as pessoas o são, porque é “moda” e fica bem na fotografia. Chama-se a televisão, a imprensa, etc., e só não se dá um prémio, porque ainda não se lembraram. Mas, por este andamento não falta muito.

Custa-me muito ver que estamos a caminhar para o caos, revertendo a ordem natural das coisas. Não é necessário estar sempre a valorizar alguém que fez algo de generoso, pois deve ser uma constante na vida. Devemos é responsabilizar aqueles que não o fazem, porque isso não é “normal”.

Temos de pensar que nós nascemos para sermos humanos e a bondade devia estar nos genes. A culpa das “mutações” que existem e que conduzem à maldade é a falta de respeito que nós temos pelos outros.

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1 Comment

1 Comment

  1. Sofia

    14/09/2014 at 19:55

    Concordo plenamente contigo. Às vezes até me sinto mal, por o “normal” como tu dizes, ser praticar atos bárbaros. Realmente, partilho a mesma preocupação que tu. Parabéns, por teres falado nisto, que passa tão despercebido aos olhos das pessoas.

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