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Educação

“Prática Pedagógica Inovadora” premeia oito projetos da UP

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Imagem: Pixabay

O prémio “Prática Pedagógica Inovadora”, inserido no Programa Inovação Educativa da Universidade do Porto, foi atribuído a oito projetos que já se encontram em curso nas várias faculdades da UP. O JUP conversou com os premiados de modo a obter mais informações sobre estas iniciativas. 

 

O objetivo deste prémio é a promoção de práticas inovadoras de ensino, implementadas por docentes em ciclos de estudo conferentes de grau da UP, conforme está presente no regulamento.

Nos dias 21 e 22 de fevereiro deste ano, a apresentação dos projetos a concurso foi realizada no Workshop Anual de Inovação Pedagógica 2024, que tem como intuito a promoção e a divulgação de práticas educativas inovadoras para manter a pedagogia atual. Este evento é assim descrito como um um espaço no qual prevalece a partilha e discussão de boas práticas, contribuindo para a cooperação dos docentes. Já a entrega dos prémios decorreu no dia 22 de março, durante a sessão solene do Dia da Universidade.

No âmbito do Programa Inovação Educativa da Universidade do Porto, coordenado pela Pró-Reitoria da Inovação Educativa, os projetos que se destacam nas suas estratégias de melhoria dos modelos educativos são financiados com um prémio monetário de 1000 euros, que pode ser utilizado na aquisição de equipamentos, licenças ou programas informáticos, mobiliário, serviços externos, entre outras ações.

Os projetos premiados estão distribuídos por seis faculdades da UP, e os métodos de inovação em que se apoiam são variados. O JUP teve a oportunidade de conversar com os responsáveis de alguns projetos para descobrir mais sobre os mesmos.

A Faculdade de Letras (FLUP) é palco do projeto EXPLORAR – CRIAR – OFERECER – Ressonância e sustentabilidade na sala de aula, da responsabilidade de Philip Bob Bracker. O professor explicou ao JUP que este método de ensino visa “transformar os estudantes em atores ativos na sociedade”. Desta forma, os estudantes são encorajados a criar os seus próprios meios de aprendizagem, de modo criativo, autónomo e personalizado, desenvolvendo aptidões sociais, pensamento crítico e espírito empresarial.

Na prática, os alunos escolhem autonomamente temas da unidade curricular e têm de os investigar e trabalhar neles, com o intuito de serem apresentados. Esta é “uma forma de aprendizagem mais abrangente e menos centrada na memorização de informações” que vai “para além do ambiente universitário”, reflete o professor. O ECO já foi aplicado nas UC’s “Relações Interculturais” e “Linguística Alemã”.

No Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS), estão em vigor dois projetos: Aprender o que é ser médico – uma experiência imersiva no mundo Real, criado por Mariana Monteiro e Sofia Pereira na UC Introdução à Medicina I, e REPRO-SIM – Utilização de simulador para o ensino na área de reprodução em medicina veterinária, criado por Ricardo Córdova Marcos, Maria da Graça Lopes, e utilizado já há 4 anos na UC Teriogenologia I.

Os docentes desta última iniciativa pedagógica revelaram ao JUP que esta visa não só a redução da utilização de animais vivos para fins científicos, como também a aprendizagem e treino dos estudantes através da técnica “competência do primeiro dia”. Isto é, os futuros médicos veterinários executam a técnica como um recém-formado no mercado de trabalho. Os docentes afirmam que “o modelo está associado a uma experiência de simulação imersiva”, pois os alunos são acompanhados por uma componente prática e interativa que os ajuda a “interpretar o resultado e tomar uma decisão relativamente ao diagnóstico de um caso clínico”, por exemplo através de um indicador visual da realização correta da técnica.

Também a Faculdade de Desporto (FADEUP) é palco de dois projetos. O primeiro, Tornar o estudante capaz de “Tomar conta de si”. O contributo da aprendizagem baseada em problemas, foi criado por Isabel Mesquita, Patrícia Coutinho e Cristiana Bessa para a UC Didática Geral do Desporto. O segundo, Primeiro a pessoa e a transferência para a vida do que se aprende com o esporte – da Universidade para as Escolas/Clubes, é da responsabilidade de Nuno Corte-Real, na UC Desenvolvimento Positivo através do Desporto (DPD).

“Primeiro a pessoa antes do estudante/atleta é um dos lemas” – é o modo como o Professor apresenta este último projeto. O objetivo é que o foco das aulas não seja apenas a prática do desporto, mas também o desenvolvimento de valores para que os estudantes possam transferir para a vida, tal como o compromisso e a autonomia. Desta forma, pretende-se “envolver os estudantes universitários na reflexão e aprofundamento sobre o seu papel enquanto agentes promotores do DPD”, explica Nuno Corte-Real.

O método de ensino consiste em trabalho autónomo, dinâmicas de grupo, reflexões críticas, debates e grupos de discussão sobre temas previamente explorados pelos estudantes. Em suma, segundo o professor, este processo quebra o hábito de os estudantes “serem agentes passivos das aprendizagens” e os docentes, “agentes transmissores de conhecimentos”. Esta UC já teve 6 edições que contaram com resultados bastante positivos.

O projeto Introdução da classificação da participação dos estudantes na avaliação da aprendizagem em Alimentação Humana, posto em prática por Pedro Moreira, Renata Barros, Patrícia Padrão e Cláudia Afonso, insere-se na UC Humanidade e Nutrição na Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação (FCNAUP). Os responsáveis explicaram que este projeto visa fomentar um ambiente dinâmico, sendo a participação ativa em discussões um parâmetro na avaliação dos estudantes, que se devem preparar para as aulas e sessões. Também desenvolve habilidades essenciais nos futuros trabalhadores como pensamento crítico, resolução de problemas e autoconfiança. Esta prática pedagógica foi implementada nesta UC em 2022/23 e tem impactado positivamente os estudantes.

A Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação (FPCEUP) apresenta uma UC integrada na Formação Contínua, na qual se põe em prática o projeto Empregabilidade ao Longo da Vida, da autoria de Marta Santos, Liliana Cunha e Maria Antónia Cadilhe. Este método pedagógico teve início em 2020/21 e foca-se nos objetivos académicos e profissionais dos estudantes e em construir um plano de ação para os atingir, com base em várias ferramentas de comunicação/apresentação pessoal (por exemplo: Curriculum Vitae, Carta de Motivação, Entrevista de Seleção). Assim, o que torna esta UC pedagogicamente inovadora é o facto de existirem momentos flexíveis e dinâmicos, nos quais o estudante escolhe os seus temas de interesse e necessidade, com micro-learnings (visualização de vídeos) e dilemas. De forma prática, os estudantes visitam empresas, ouvem podcasts sobre percursos profissionais e participam em iniciativas da Comunidade, relacionadas com o tema da Empregabilidade.

Existe ainda, na Faculdade de Ciências (FCUP), o modelo educativo Videodesafio: entre o coaching educativo e a produção de conteúdos digitais, a cargo de Luís Guido na UC Análise Instrumental. Esta inovação consiste no estímulo à criatividade dos estudantes, já que estes têm de elaborar um guião científico e, de seguida, um vídeo sobre os conteúdos das aulas. Em Notícias UP, o professor menciona que “é um trabalho de equipa” pois “esta abordagem fomenta a colaboração, a criatividade e a compreensão aprofundada dos conteúdos, proporcionando uma experiência educacional enriquecedora e participativa”. Este projeto está atualmente inserido no Mestrado em Bioquímica da mesma faculdade.

Este prémio tem como função a premiação da excelência no ensino. É, então, um exemplo das várias medidas de valorização da inovação pedagógica dos docentes no programa Inovação Educativa na Universidade do Porto, cuja finalidade é o reconhecimento de práticas de ensino que contribuam de forma inovadora na aprendizagem do estudante.


Para mais informações acerca do prémio “Prática Pedagógica Inovadora”, consulte o site oficial.

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