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Educação

Mostra de quadros Enciclopédia Negra exposta na Escola das Artes

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Fotografia: Manuel De.

No dia 20 de junho, ocorreu a inauguração do projeto Enciclopédia Negra na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa, no Porto. A exposição reúne quadros de personalidades negras importantes para a construção do Brasil, mas que foram invisibilizadas pela história oficial. 

 

A exposição Enciclopédia Negra, lançada pela Pinacoteca de São Paulo (Brasil), tem a sua primeira estreia fora do Brasil na Escola das Artes da Universidade Católica Portuguesa (UCP). Esse projeto reúne imagens de pessoas negras que encontraram formas de ultrapassar o preconceito racial presente na sociedade brasileira, seja pela participação em movimentos  de resistência, ou negociando condições de emprego e de vida.

Esta é a última de quatro exposições do ciclo “Não foi Cabral: revendo silêncios e omissões”, um programa em co-curadoria entre a historiadora brasileira Lilia Schwarcz e o professor e diretor da Escola das Artes português Nuno Crespo. Ademais, o ciclo é organizado pela UCP em parceria com a Universidade de São Paulo (Brasil) e a Universidade de Princeton (EUA). 

Sobre a importância da introdução do projeto Enciclopédia Negra, Nuno Crespo refere: A exposição Enciclopédia Negra faz parte de um amplo projeto, que se iniciou em 2016, e que pretende ampliar a visibilidade de personalidades negras até hoje pouco conhecidas”. 

Pelo facto do retrato ser um privilégio que estava destinado às classes mais favorecidas, no período de vida da maior parte dessas personalidades negras, algumas imagens possuem um teor mais imaginativo e que procuram apenas aproximar-se da feição física que cada pessoa possuía na época. 

Ademais,a exposição conta com pinturas produzidas por artistas negros brasileiros. Tal é o caso da obra da pintora Panmela Castro que retratou Catarina Cassange, uma mulher africana de origem bantu que grávida, viu na fuga até o “quilombo das Laranjeiras”, uma comunidade rural formada por descendentes de pessoas negras escravizadas que fugiram das fazendas escravocratas, a possibilidade de liberdade para si e para o seu filho. 

A exposição Enciclopédia Negra surgiu inspirada num livro, que possui o mesmo nome da mostra de arte, da autoria do historiador Flávio dos Santos Gomes, do artista visual Jaime Lauriano e da antropóloga Lilia Moritz Schwarcz. A obra possui a biografia detalhada das personalidades negras presentes na exposição, com reflexões acerca da importância dessas pessoas na história brasileira

Este projeto teve início no dia 15 de fevereiro, e o seu principal objetivo é estimular o debate sobre o fazer da História, mostrando como muitos artistas contemporâneos têm contribuído para a alteração de paradigmas. Um exemplo é a cantora MC Carol, que questiona a história do Brasil na música “Não foi Cabral”, canção que inspirou o nome da exposição que decorre atualmente. 

A mostra Enciclopédia Negra possui entrada livre das 14:00 até às 19:00 horas, não havendo a necessidade de efetuar qualquer reserva. Ficará exposta até ao dia 4 de outubro na Sala de Exposições da Escola das Artes. 

Créditos: Miguel De

Créditos: Miguel De

Créditos: Miguel De

Créditos: Miguel De

Créditos: Miguel De

Para mais informações sobre a exposição, consulte aqui.

 

Artigo por: Maria Silva

Editado por: Ana Pinto e Joana Monteiro