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Cultura

FANTASPORTO (DIA 4)

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A tarde começou com Viral, de Lucas Figueroa, uma comédia mascarada de thriller sobre um rapaz que vai passar uma semana inteira dentro de uma FNAC na baixa de Madrid. Claro está que em qualquer filme cujo protagonista está sozinho e fechado dentro de um edifíco deserto a qualquer altura aparece um fantasma de qualquer tipo. E é exatamente isso que acontece, sendo que toda a história se desenrola à volta da investigação sobre quem será a misteriosa rapariga que assombra esta loja. Mais não digo para ninguém ficar a pensar “Quem é que se lembra de fazer um filme de terror na FNAC?”. Mas a verdade é que o suspense intercalado com o humor ainda conseguiam despertar o interesse dos espetadores, por muito duvidoso que seja o rumo que os acontecimentos tomem.

E depois de espíritos em cadeias de lojas multinacionais, porque não passar para uma rave zombie na casa de banho das senhoras? O humor britânico de Christian James leva-nos à história de um técnico de reparações, que se depara com uma das fantasias mais comumente partilhadas pelo sexo masculino: duas raparigas, em trajes menores, que decidem explorar outros campos que não o da heterossexualidade. E assim começa Stalled, mas a bonança não dura para sempre, e, do nada, junta-se um pelotão de zombies à porta da divisória de onde o protagonista assistia ao espetáculo. Seguem-se então milhentas tentativas de escapar, com todas as peripécias que se pode imaginar acontecer numa casa de banho e ainda mais algumas, em que o protagonista descobre que não é o único sobrevivente – há uma rapariga, que o faz questionar as suas escolhas ao longo da vida. É um filme recheado de tudo o que as massas pedem: sensacionalismo, a sua dose de emoção e, mais importante que tudo, ZOMBIES!

O último filme previsto antes do jantar era The Red Robin, uma produção americana realizada por Michael Z. Wechsler. No entanto, o que parecia ser um filme promissor, permaneceu apenas na espectativa, já que problemas técnicos impediram a sua visualização. Por entre os lamentos da organização e do próprio realizador, o público lá foi saindo, com hesitação, ainda esperançoso que a situação fosse resolvida.

As sessões da noite começaram com Love Me, uma história de amor platónico entre uma ucraniana e um turco de visita a Kiev. O filme retrata uma Ucrânia muito diferente da que se vê atualmente nas notícias: pacífica, coberta de neve, romântica. Tenta provar que para amar não é preciso entender o que o parceiro diz. Aliás, verifica-se ao longo de todo o filme uma multiplicidade de silêncios que noutra situação seriam os mais constragedores. No entanto, o casal lá se entende no seu desentendimento, ignorando os seus compromissos com outras pessoas. Tenta e consegue convencer. O obstáculo da língua não os impede de se apaixonarem, mas nem tudo são rosas e acaba cada um por seguir o seu caminho.

E para acabar com a moral levantada, a última exibição do dia, Witching and Bitching, leva-nos de volta a Madrid, onde um grupo de animadores de rua levam a cabo um assalto a uma ourivesaria. No entanto, a coisa não desenvolve da melhor maneira e, com a polícia em seu encalço, os ladrões não têm outra hipótese a não ser fugir, mesmo que isso signifique que um Jesus Cristo tenha que pegar no filho à saco de batatas, e juntamente com um soldado de brincar deixem para trás um Sponge Bob gravemente ferido enquanto correm pela sua liberdade. E para aumentar a trama, veem-se obrigados a atravessar uma aldeia de bruxas, que já tinham previsto a sua chegada. Estão metidos numa grande alhada, já que é praticamente impossível agradar a estas mulheres malvadas. Será que conseguem escapar? Pois, isso também eu gostava de saber. Malditos horários dos transportes públicos, obrigaram-me a sair antes do filme acabar. Apenas posso dizer que este foi o filme que melhor cativou o bom humor da audiência.

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