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Cultura

COLISEU CHEIO PARA MIGUEL ARAÚJO

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Este era um concerto já esperado há meses, e esgotado há uma semana. E mesmo antes do dia de ontem, Miguel Araújo teve a oportunidade de referir o quanto significava para ele este concerto, sendo provavelmente o mais aguardado da sua digressão de apresentação do segundo álbum a solo, “Crónicas da Cidade Grande”.

Foi precisamente com músicas do segundo álbum que se fez a primeira parte do concerto. Miguel Araújo subiu ao palco 15 minutos depois das 22:00h, e todo o Coliseu fez silêncio para o ouvir cantar. Depois dos primeiros acordes, surge então “Aqui Jaz José dos Santos”, seguida de “Canção de Salomão” e de “Recantiga”. Num fundo em tons de laranja, Miguel Araújo canta com a sua suave voz de sempre, criando um ambiente de conforto, felicidade e intimidade, que só ele sabe criar.

Miguel interage com o público nos momentos certos, sabendo o que dizer e quando o fazer. Fala sobre o seu nervosismo perante um Coliseu do Porto cheio, e até do seu suposto plano para fugir se entrasse em pânico, que gera gargalhadas e sorrisos na plateia.

“Dona Laura”, um dos seus sucessos mais recentes, trouxe gritos e aplausos ao som da música, tendo sido o primeiro momento alto deste concerto. E pouco tempo depois, ouviu-se “Balada Astral”, com Inês Viterbo a entrar em cena e a cantar em harmonia com Miguel Araújo e com o coro de vozes que se impunham, numa tela em tons de azul, naquela que é uma das músicas que mais marca “Crónicas da Cidade Grande”. Os telemóveis e isqueiros ergueram-se, numa união entre todos aqueles que presenciavam o momento. Surgiu depois António Zambujo para cantar “Romaria das Festas de Santa Eufémia”, que voltaria mais tarde para o recente “Pica do Sete”.

O concerto prosseguiu com músicas do primeiro álbum de Miguel Araújo, “Cinco Dias e Meio”, e a primeira a fazer-se ouvir foi precisamente “Fizz Limão”. Ana Moura foi chamada ao palco algum tempo mais tarde, e foi recebida com imensos aplausos para cantar “E Tu Gostavas de Mim”. A cantora de ‘Desfado’ encantou o Coliseu, que a recebeu de braços abertos.

Num jeito de surpresa, Miguel chamou ao palco os seus tios, com quem tocou e cantou, no que intitulou de “momento mais sentimental da noite.” E foi precisamente a partir daí que o público se levantou dos seus lugares e começou a dançar animado ao som das músicas. A emblemática “Os Maridos das Outras” foi deixada para o fim, tendo sido maioritariamente cantada pelos espectadores, que tinham a letra debaixo da língua. No refrão foram lançados balões de diversas cores, momento em que foi preparado pelo grupo de fãs do Miguel Araújo no Facebook.

E quando já todos pensavam que era mesmo o fim, enquanto arrumavam as suas coisas e se dirigiam para as saídas, Miguel Araújo voltou e trouxe consigo os seus convidados para uma última música. “Reader’s Digest’ foi cantada por todos, naquela que terá sido a música mais energética de todo o concerto, compondo o melhor fim para uma noite de boa-disposição e de boa música, que acabou com um público que, rendido a Miguel Araújo, aplaudia, sorria e agradecia por duas horas únicas e mágicas.

Este foi um concerto que durou precisamente o tempo que tinha de durar, e que se balançou de forma irrepreensível entre o suave e o energético, sem nunca deixar de ser expressivo. Tudo isto uma combinação incrível entre a música, as cores, os cenários, e obviamente, entre o cantor e a plateia, que se uniram com beleza e mestria.

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