Política
ESCRITÓRIOS VIRTUAIS E DOMICILIAÇÃO
Foi da mudança de necessidades (não só) que pareceu brotar um novo conceito dentro da esfera empresarial portuguesa, o da domiciliação. Apesar de esta ideia remontar já ao fim do ainda recente passado século, o conceito tem vindo a ganhar terreno a nível nacional.
É de além fronteiras que ela vem, contudo as suas raízes adensam-se cada vez mais por cá. “Este conceito inovador destina-se a todos os empreendedores, empresários, associações e profissionais liberais que não necessitam de um espaço físico permanente para exercerem a sua atividade, mas que necessitam de toda a estrutura operacional e administrativa associada a um negócio.”, lê-se no sítio oficial da Weboffice, uma das empresas de domiciliação – e também de sediação – do Porto.
Quer-se uma economia do dinheiro investido, mas também do espaço utilizado. E, por isso, o JUP procurou conhecer mais sobre este projeto, numa entrevista com Vítor Gomes, diretor executivo da Weboffice, numa conversa que permitiu explorar a fundo o tipo de serviços que se podem esperar de uma empresa deste tipo.
Um dos objetivos da Weboffice é oferecer serviços que se adeqúem à situação empresarial atual. Pode elaborar um pouco sobre esta realidade?
Notamos, aqui na Weboffice, que, cada vez mais, as empresas começam por pequenas ideias, mesmo até direcionadas para empresas familiares. Muitas vezes são ideias em papel que nunca se chegam a efetivar, precisamente pela questão dos custos. Os serviços oferecidos por empresas como a Weboffice prometem uma redução dos custos fixos às empresas (sede, água, luz, internet) que pode ir até 70%. Este tipo de empresa confere uma imagem institucional, corporativa aos seus clientes, para dar segurança aos seus parceiros, aos seus fornecedores.
Acha que podemos traçar uma relação de causa-efeito entre a conjuntura económica e a existência deste tipo de empresa?
Sim, acredito que, efetivamente, a proliferação de empresas como a nossa possa estar relacionada com a conjuntura económica que estamos a atravessar neste momento. Cada vez mais, as empresas veem-se na necessidade de reestruturar todo um conjunto de recursos, canalizando-os para aquilo que consideram realmente indispensável. Verificamos, até, que a parte do escritório é fundamental pela questão corporativa e pela segurança que se lhe advém, mas da sua utilização a full-time acabam por resultar tempo e dinheiro desperdiçados. Esta forma de partilhar recursos está mais implementada pela conjuntura em que nos encontramos, sim.
É como se a sociedade caminhasse no sentido de uma maior flexibilização do local de trabalho. Concorda com esta afirmação?
Sim, completamente. Cada vez mais é necessário as organizações se flexibilizarem. Essa flexibilização passa, por exemplo, por uma solução destas.
Acha que o futuro do mundo empresarial passa pela existência de cada vez mais empresas deste género?
Acredito que o futuro do mundo empresarial passe por empresas deste género e por uma partilha de recursos. Por dois motivos: em primeiro lugar, a necessidade de redução dos custos fixos inerentes ao estabelecimento de um negócio. Em segundo lugar, pela rede de networking que uma empresa destas consegue oferecer aos seus utilizadores. Verificamos que, num ambiente de coworking, todas as pessoas que cá estão acabam por ter contacto com outras realidades, com outros empresários. De outra forma, ou seja, individualmente, esta troca de experiências não seria tão facilmente conseguida. Acho, pois, que este conceito irá vingar no futuro.