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Crónica

NA RIQUEZA E NA POBREZA

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A arquitetura é um daqueles dispositivos que melhor caracteriza os humanos, as suas glórias, cismas, medos e vaidades – na vida e na morte. Acompanha-os na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza, amando-os, respeitando-os e sendo-lhes fiel todos os dias, até que a morte os separe e então se mude a maneira de resolver o assunto.

Embora já se tenham visto muitos funerais em primeiro plano, esta conversa mais parece um casamento mal resolvido por excesso de dissonância, não fora o caso de parecer tudo razoavelmente alinhado e com um cromatismo condizente que carrega nos cinzentos e coluraturas neutras.

Mudemos, pois, de registo – é um cemitério, uma oficina e os escritórios de uma empresa; a empresa não é funerária e a oficina não é de polimento de pedras e artigos para sepulturas. O cemitério é mesmo um cemitério. Porque dizem que deciframos imagens com memórias de outras, é que não conseguimos sair desta melancolia. Fora isso, nada de especial – mesmo sem sair de espaços pequenos, o mundo é mesmo diverso.

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