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Cultura

A FEBRE DAS CURTAS REGRESSA A VILA DO CONDE

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curtasSegundo Mário Micaelo, um dos três organizadores, o festival contará com uma abertura «em grande». O último filme de Miguel Gomes “As Mil e Uma Noites” fará as honras. Após ter ganho recentemente o Festival de Cinema de Sydney e ter sido extremamente badalado pela sua estreia na Quinzena dos Realizadores, no Festival de Cannes, contará aqui com a sua exibição em três sessões separadas, cada uma com a duração de duas horas (exibido no sábado à tarde, sábado à noite e domingo à tarde). Este filme, que diz respeito a uma reflexão do realizador sobre o Portugal contemporâneo e a crise financeira e social atravessada no mesmo, foi concedido através de episódios ficcionados das notícias. A exibição das três partes corresponderá à antestreia nacional e contará com a comparência do realizador e equipa técnica e com a «presença de vários actores e não actores, participantes no filme», os quais se «irão ver pela primeira vez na tela». Todas estas pessoas foram convidadas pelo evento a conhecerem a cidade e o festival.

Relativamente à secção Stereo muitos são os nomes sonantes que marcarão presença: Frankie Chavez, You Can’t Win, Charlie Brown, Bruno Pernadas Quinteto, Garcia da Selva e Norberto Lobo e Lambchop. Esta fracção do Curtas procura juntar o cinema e a música em formato de filmes concerto e é uma das actividades assinatura do festival. Os organizadores afirmam que «quase poderia ser um festival de música dentro dum festival de cinema». Consideram importante o «cruzamento entre diferentes áreas artísticas», pois procuram proporcionar um festival não só apenas dirigido a cinéfilos, mas sim a todos os tipos de público. O principal destaque da Stereo foca-se na última banda referida, sendo que, o trabalho apresentado é um projecto inédito e uma parceria com o realizador Bill Morrison. «Um projecto de longo curso», como foi explicado por Nuno Dias, outro dos organizadores, «baseado no arquivo cinematográfico dos anos 20 da Cinemateca Portuguesa». Vários excertos foram remontados procurando uma visão contemporânea em sintonia com construção sonora de Kurt Wagner e Lambchop, devidamente adequada ao filme.

As competições nacionais e internacionais contarão este ano, com vários realizadores de referência, muitos dos quais repetentes nestas competições e até mesmo vencedores. Miguel Dias, outro elemento do trio organizador do Curtas, relativamente à competição nacional, refere que esta parte do festival «é importante, pois tal como a do Miguel Gomes, permite-nos acompanhar a carreira de outros realizadores nacionais». Esta secção volta a bater o recorde de outras edições, sendo composta não por quatro sessões como habitualmente, mas por cinco. Outro marco importante diz respeito à competição experimental que funcionará pela primeira vez como todas as outras, recebendo o vencedor um prémio também pecuniário. A competição de vídeos musicais (a revelação em termos de número de participação da edição anterior) conta novamente com muitas propostas deste formato, o que acontece também com a competição Take One, dirigida às escolas de ensino desta área, com o objectivo de “abrir portas” para o estrangeiro às boas produções realizadas em idade escolar.

O In focus que procura mostrar ao público «autores menos conhecidos ou divulgados em Portugal» revela-nos o cineasta contemporâneo francês: Quentin Dupieux. Filmes como “Wrong”, “Wrong Cops” e “Rubber” serão apresentados. A assistência poderá esperar uma mescla entre cinema de autor com influência de filmes de série B e terror, irreverência e surrealismo.

Outro ponto forte do Curtas corresponderá à apresentação das próprias produções do festival. Lois Patiño, Sandro Aguilar e Manuel Mozos dizem respeito aos realizadores escolhidos, tendo elaborado filmes relativos à região norte do nosso país. Nomeadamente a região entre Portugal e a Galiza, Paredes de Coura e Vila do Conde. Além destas três obras Miguel de Clara Vasconcelos e também Abi Feijó em conjunto com Alice Guimarães, Laura Gonçalves e Daniela Duarte apresentarão os seus mais recentes trabalhos. Resultantes ambos das residências artísticas na Solar – Galeria de Arte Cinemática: “Vila do Conde Espraiada” do primeiro, abordará a vivência do próprio realizador até aos seus 18 anos na cidade deste festival e “Nossa Senhora da Apresentação” dos segundos, corresponderá a um filme de animação.

O Curtinhas é o espaço dedicado às crianças e aos pais que os acompanha, funcionando quase como «um festival dentro do festival». O mesmo contará com ficção, animação e documentário. Na abertura desta secção será exibido o último filme de “A Ovelha Choné”, um dos mais aguardados filmes de animação do ano. Esta fracção, assim como, a Take One possuem vários workshops e espaços de formação.

Além do mais, acontecerá paralelamente a esta 23ª edição e em parceria com a Solar, uma exposição de cinema experimental de Ben Rivers e Ben Russell: “Ruins/Rites/Runes”, (inaugurada no próximo sábado às 18h30), assim como, uma sessão de visualização e debate sobre as suas obras durante o festival. Uma outra exposição decorrerá durante o mesmo, uma homenagem ao padrinho do festival, Manuel de Oliveira, e também João Marques, um elo de ligação entre o festival e Oliveira e uma influência importante para criação do filme de Manuel Mozos. Estarão representados os vários momentos que retratam a passagem “do mais antigo cineasta do mundo” pelo Curtas.

As festas do mesmo terão lugar no café do Parque e café Cacau com presenças como Nuno Lopes, os 7 magnificos, André Tentugal ou Sensible Soccers.

O Curtas contará com 221 filmes, 212 curtas e 9 longas. 5 concertos, vários debates, worshops, festas e animação. A organização salienta que os bilhetes devem ser adquiridos maioritariamente via on-line, sendo que esperam ter lotação esgotada. Por entre risos afirmam que «o festival aguenta, a sala é que provavelmente não!».

Antes do início do festival há ainda a possibilidade de visitar a Galeria Solar, no sábado para a inauguração da exposição, dia 26 de Junho realizar-se-á uma festa de lançamento no Maus Hábitos e dia 30 de Junho realizar-se-á ainda o concerto de Sensible Soccers e Laetitia Morais no Teatro Municipal de Vila do Conde.

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