Artigo de Opinião
DEUS TARDA, MAS NÃO FALHA!
Começo por admitir que não tenho uma opinião devidamente formada sobre os refugiados e tudo o que isto implica, pois acredito que antes de poder expressar uma opinião devidamente fundamentada, existem inúmeras questões essenciais a ter em conta.
No entanto, tenho a certeza que ceder a generalizações constitui uma enorme falácia. Mas também é verdade que toda esta instabilidade mundial potencia a atividade terrorista. Agora, será que a culpa é dos refugiados? Não acredito que seja, até porque penso que a causa do problema não está nos afetados pelo mesmo. Contudo, não sei se a culpa não poderá estar relacionada com a forma de lidar com esta questão. E, confessando-me leiga no que toca a medidas de cooperação internacional e de prevenção do terrorismo, não sei qual será a melhor opção: levar Maomé à montanha ou levar a montanha a Maomé.
Todavia, a verdadeira génese deste artigo baseia-se nos fundamentalismos religiosos e extremismos ideológicos. Isto sim, é algo que eu certamente não entendo.
Convém frisar que, apesar de frequentemente se associar os fundamentalistas religiosos aos muçulmanos, nem todos os muçulmanos são fundamentalistas/extremistas e vice versa.
O fundamentalista/extremista religioso acredita que, aqueles que não partilham a mesma crença religiosa, ou se convertem, ou devem ser erradicados. Mas o que me mete confusão é que estes lunáticos nem sequer são fundamentalistas decentes, isto porque eles não matam por Deus, eles matam em nome de Deus. O que é diferente. Eles não matam pela religião, eles matam pelo poder, pelo dinheiro, pelo território, pelo ódio e vingança, e usam a suposta defesa da fé como escusa para cometer as maiores atrocidades.
Se é para ser extremista, porquê escolher a religião como pretexto? Na minha modesta opinião, este é um dos maiores contrassensos da humanidade. Se o objetivo é andar por aí a matar e massacrar em nome de algo, só porque são pessoas descompensadas, ao menos que escolham um pretexto menos ilógico do que evocar o nome de Deus para matar em prol de desavenças religiosas e hipotéticas verdades absolutas. Para além de isto ser completamente cruel e absurdo, é extremamente irracional. Cria-se, assim, um paradigma: uma doutrina religiosa que, alegadamente, existe para cultivar a dignidade e o bem e que crê que tudo o que fazemos neste mundo, cada pensamento, cada atitude e cada intenção é tida em consideração no Dia do Juízo Final, ignorantemente incentiva e recorre à violência!
Morrer em nome de Deus parece-me incompreensível mas Matar em Nome de Deus torna-se ininteligível.
Desejo sinceramente que as mortes causadas pelos atentados em Paris não tenham sido em vão e deixo um recado a todos os extremistas e fundamentalistas supostamente religiosos que tanto acreditam em Deus: Deus poderá tardar mas, no Dia do Juízo final, não irá falhar!