Crítica
CRÍTICA: NO TIME FOR DREAMING
2011 foi o ano da estreia de Charles Bradley que, de olhos em lágrimas e braços abertos, conquistou a plateia de Paredes de Coura.
O artista deposita nesta compilação seis décadas de emoção e talento reprimidos, caminhando por entre o soul, o funk, o R&B e a influência de James Brown. Acompanhado por The Menahan Street Band, revela uma transparência emocional arrepiante através de uma voz poderosíssima que contém uma mistura viciante de desespero, revolta e amor.
“The world is burning up in flames and nobody wanna take the blame” repete na faixa de abertura; em “How Long” questiona: “How long must I get going on? To see all this hate in the world”; nas faixas “Why Is It So Hard” e “Heartaches and Pain” dita parte da sua comovente biografia e em “Stay Away” recria a música original dos Nirvana.
Por trás de letras que narram corações partidos, dor e luta, subsiste a necessidade imperativa da revisão dos valores do mundo atual, que parece ter esquecido “The Golden Rule” – “Why can’t we show more love to make this a better day”.