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Cultura

CÔCO E SAPATOS POLIDOS NO ARMAZÉM DO CHÁ

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A banda sonora eleita para o clássico atraso de todo e qualquer concerto foi o Surf Rock da velha guarda. Na espera, a audiência, que apesar de não ser vasta estava animada, dançava o twist ao som do “Go Johnny Go”. Pouco depois, Surma sobe ao palco, iniciando oficialmente a festa.

Rapidamente se passou do twist para o loop, não fosse a corajosa jovem enfrentar o público sozinha, munida apenas de teclas, guitarra, baixo, um gorro e uma camisola natalícia com renas bordadas. Com a sua simplicidade traz uma sonoridade delicada, que deixa o público introspetivo, a bater o pé e a abanar a cabeça em câmara lenta.

Depois de Surma abandonar o palco, chegara a hora de se calçar bem os sapatos para o concerto de Les Crazy Coconuts. Eis que o sapateado deixa de ser meramente uma dança, elevando-se também à categoria de instrumento musical. Quem diria que “à patada” se podia fazer música? A verdade é que a coisa funciona, e bem.

Ao fim de cerca de três canções houve uma breve pausa para problemas técnicos: e não, não era a sola que estava solta, era lá uma questão de microfones. A seu tempo o concerto prosseguiu e a alegria de dançar voltou. Tropicalíssimos, estes “Côcos Loucos” deixariam o Fred Astaire cheio de orgulho.

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