Cultura

JUP DESTAQUES: NOVEMBRO 2018

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Literatura

Becoming, de Michelle Obama 

A autobiografia da ex Primeira Dama foi dos livros mais falados do mês. São 400 e poucas páginas de revelações, reflexões, dúvidas, incertezas e sonhos de uma das mulheres mais influentes do mundo.

Nesta memoir, Michelle aborda temas como as origens e o seu tempo na Casa Branca, as campanhas que protagonizou sobre saúde pública e inclusão, o papel enquanto mãe, a importância que lhe é atribuída enquanto porta voz dos direitos das mulheres e a forma como conseguiu encontrar a própria voz.

Nos Estados Unidos – afinal, para este público o livro tem um interesse redobrado – Becoming bateu todos os recordes. No dia da publicação, 13 de novembro, vendeu 725 mil cópias, sendo o segundo livro de estreia mais vendido de 2018, atrás de Fear: Trump in The White House, de Bob Woodward.

Para os aficionados por biografias, é mais uma para juntar à lista dos to be read. Para todos os outros, é uma oportunidade de ter um vislumbre do que acontece para lá dos bastidores, para lá das cortinas – ainda que com um véu, certamente – e para lá dos holofotes.

Naturalmente, a narrativa da vida de uma pessoa não se centra nela própria. O seu dia a dia com o marido, Barack Obama, é parte essencial desde storytelling – em todos os aspetos. Tanto as vitórias como as derrotas são partes integrantes de um casamento, e a família Obama não é exceção.

A autora do que é já o livro mais vendido do ano também aproveitou para lançar algumas críticas; é a visão de Michelle na sua plenitude. O atual presidente dos EUA, Donald Trump, é o principal alvo a abater.

De momento, Michelle Obama encontra-se em digressão para promoção do livro, com sessões agendadas para o seu país natal e para a Europa (várias já esgotadas).

 

A Ladder to the Sky, de John Boyne

O autor de O Rapaz do Pijama às Riscas, tão acarinhado pelos portugueses, está de volta com mais um livro. A Ladder to the Sky segue a história de um homem sem escrúpulos, que fará qualquer coisa – e afetará qualquer um – para conseguir chegar ao estrelato.

A personagem principal do livro, Maurice Swift, é apresentada como bem-parecida, charmosa, desejosa de sucesso…e completamente desprovida de qualquer talento. Desesperado por publicar o seu primeiro romance, Maurice aproveita-se de um célebre escritor e rouba-lhe as ideias e as histórias.

Percebendo que esta pode ser a sua fórmula mágica, percorre as grandes cidades do mundo em busca das histórias de outros, num intrincado jogo de manipulação e ilusão. Mas o karma está sempre à espreita…

Apaixonado por outros tempos, o escritor irlandês continua a perder-se pela vastidão do passado e a situar neste as suas narrativas. Deste homem que nasceu com o dom das palavras e a capacidade de as arranjar numa folha e fazer delas algo único, os leitores podem esperar mais um romance cativante e impossível de largar.

Ex-livreiro e crítico de literatura, Boyne é agora um autor respeitado, com obras publicadas em mais de 50 línguas, uma vasta lista de prémios e livros de renome publicados em seu nome.

 

Fire & Blood, de George R. R. Martin

Para o bem ou para o mal, George R. R. Martin é dos escritores mais importantes do nosso tempo. Para o bem, pelo extraordinário mundo que criou – e continua a criar. Para o mal, pelos destinos trágicos que as personagens sofrem às suas mãos, que tanta revolta causam nos fãs.

Fire & Blood é o mais recente livro do escritor americano. É o livro que vem dar fim a todas as teorias e daydreams dos leitores e pôr a limpo o passado dos Targaryen. Séculos antes do enredo de A Game of Thrones, esta Casa lendária – a única família de dragonlords a sobreviver à queda de Valyria – instalou-se em Dragonstone.

Esta obra, o primeiro de dois volumes, acompanha gerações e gerações da Casa. A narrativa inicia-se com Aegon, o Conquistador – o criador do Trono de Ferro. Ironicamente, segue a vida dos seus descendentes, os mesmos que dedicaram a sua existência à luta por manter o poder desse mesmo Trono.

Na sinopse do livro, pode ler-se: “What really happened during the Dance of the Dragons? Why did it become so deadly to visit Valyria after the Doom? What is the origin of Daenerys’s three dragon eggs? These are but a few of the questions answered in this essential chronicle, as related by a learned maester of the Citadel and featuring more than eighty all-new black-and-white illustrations by artist Doug Wheatley.” Estas serão frases que, sem dúvida, conseguirão levar os leitores de A Song of Ice and Fire a comprar este volume, que põe a limpo toda a tapeçaria da Casa Targaryen.

Para os que não leem (desgraçados sejam), é aguentar as saudades de Westeros e esperar por abril do próximo ano, para poder ver a temporada final da série que mudou o mundo.

Sofia Matos Silva

 

Cinema

Mortal Engines, de Christian Rivers

Mortal Engines é um aventura pós-apocalíptica arrojada. Com base no livro de Philip Reeve e argumento de Fran Walsh, Philippa Boyens and Peter Jackson, esta produção conjunta dos EUA e da Nova Zelândia promete.

O conceito base desta saga de quatro livros é a montagem de rodas e motores em cidades inteiras. Difícil de imaginar, certo? Ainda para mais, as cidades caçam-se mutuamente. Tudo num ambiente fusão entre o apocalíptico e a atual moda steampunk.

Uma das personagens principais deste filme é um rapaz de dezasseis anos (quando não?) chamado Tom. Tom é natural de Londres e nunca pôs os pés no “chão”. Aprendiz de historiador e membro da classe baixa, leva uma vida pacata. Mas – é necessário um plot twist previsível -, de repente, tudo muda: Tom é apanhado no meio de uma tentativa de assassinato.

Hester Shaw, a outra protagonista, segue uma vendetta pessoal contra um dos homens mais poderosos da cidade, que considera responsável pela morte da sua mãe. Juntos, acabam por ser atirados para fora de Londres e deixados para tentar sobreviver no meio dos Hunting Ground. Mais tarde, Hester releva-se como a única pessoa capaz de parar a fome insaciável por destruição de Londres.

O que acontece a estas personagens? É esperar até quinta, a data marcada para a chegada da longa metragem às salas portuguesas.

 

Widows, de Steve McQueen

Logo à partida, este filme chama a atenção pelo seu elenco poderoso: Viola Davis, Michelle Rodriguez, Elizabeth Debicki, Cynthia Erivo, Colin Farrell, Brian Tyree Henry, Daniel Kaluuya, Jacki Weaver, Carrie Coon, Robert Duvall e Liam Neeson. Em segundo lugar, destaca-se a participação de Gillian Flynn na construção do argumento – juntamente com McQueen e com base na série televisiva homónima de 1983.

Esta é uma história invulgar. Harry, Carlos, Florek e Jimmy, quatro conhecidos ladrões são assassinados num golpe condenado desde o início. Estas mortes deixam quatro mulheres viúvas. Para além do trauma emocional, estas mulheres têm que lidar com as ameaças de Jamal Manning, um barão do crime local, a quem Harry e os parceiros haviam roubado dinheiro.

Jamal exige o seu dinheiro de volta, de forma a poder financiar a sua campanha para um cargo político. Veronica, a esposa de Harry, descobre um caderno onde o marido havia apontado o plano para um golpe milionário. Sem qualquer ajuda ou opções, estas mulheres decidem levar a cabo o golpe – e viverem o resto das suas vidas em paz.

Esta tem sido uma produção bastante elogiada, em especial por envolver a participação de vários atores negros. Aborda também temas como o sexismo e a brutalidade policial, sem perder o suspense e a ação necessários para nos prender à cadeira. Uma perspetiva inovadora do submundo de Chicago, com banda sonora de Hans Zimmer.

 

Utøya 22. juli, de Erik Poppe

22 de julho de 2011. Às 15:25, um carro armadilhado explode no quarteirão do Governo, em Oslo. A explosão mata 8 pessoas e fere, pelo menos, 209. Duas horas depois, são ouvidos os primeiros disparos na ilha de Utøya. Nesta ocorria um acampamento de verão, organizado pela AUF, a divisão juvenil do Partido Trabalhista Norueguês. Das 564 pessoas presentes na ilha, 69 morrem e 110 são feridas. A idade média das vítimas é de vinte anos.

Este é um filme feito por noruegueses e para noruegueses – mas também para o mundo. Com um argumento escrito por Anna Bache-Wiig e Rajendram Eliassen, relata o massacre pela perspetiva das vítimas. Tendo sido criado em constante contacto com sobreviventes, é uma produção extremamente realista e difícil de assistir; a intenção é mesmo essa.

O pior lado do ser humano sempre atraiu artistas e o grande público. No entanto, desta vez, a história é real. Grande parte das vezes que vamos ao cinema, sabemos que vamos assistir a uma narrativa fictícia, o que nos permite entrar no ecrã e, até, esquecer um pouco os nossos próprios problemas. Porém, neste caso, sabemos que o que estamos a presenciar aconteceu a pessoas reais. Com todo o seu horror e com toda a sua dor.

Não se espera que seja tocante, mas sim que deixe uma marca e alerte para a situação do mundo em que vivemos. A personagem principal do filme é Kaja, uma jovem que se encontra na ilha com a irmã mais nova. Quando os disparos começam, as irmãs são separadas, o que leva Kaja a arriscar-se pelas árvores em busca de Emilie, em vez de procurar abrigo. O filme vai-se desenrolando durante a hora de terror. Kaja cruza-se com outros jovens, cujos destinos têm fins diferentes. O terrorista é sempre uma figura na periferia; existe a intenção de lhe atribuir o menor destaque possível.

Utøya 22. juli é um filme que já foi galardoado com prémios e, certamente, continuará a sê-lo. Não é uma produção aconselhada para uma tranquila tarde domingo, mas é necessária para que não se volte a repetir e para que acontecimentos do género parem de pontuar a história da humanidade.

 

Outros a destacar: CREED II, de Steven Caple Jr. | Fantastic Beasts: The Crimes of Grindelwald, de David YatesDr. Seuss’ The Grinch, de Illumination

Sofia Matos Silva

 

Música

Some Rap Songs, Earl Sweatshirt

Mesmo em 2010, com 16 anos, com uma irreverente mixtape e membro do grupo de rappers mais idolatrado pelas novas edgy kids da internet, Earl Sweatshirt sempre se colocou na posição “eu versus o mundo”. Quando a mãe o enviou para uma academia para jovens em risco em Samoa durante o pico de popularidade dos Odd Future, os fãs gritavam incessantemente “FREE EARL” e pediam o regresso do prodígio do hip hop ao mundo dos vivos. E essa é a espécie de marca registada de Earl – ir e voltar, sempre melhor e sempre inovador. Não por demanda popular, mas a seu tempo e à sua maneira.

É em Some Rap Songs que as particularidades a que o rapper já nos tinha vindo a habituar se agrupam todas num aglomerado de canções que individualmente nunca ultrapassam os três minutos. Reminiscente de um Madvillainy, alguns poderiam até argumentar que este é o seu sucessor espiritual. Baseado na abstração, onde a estrutura da música é secundária à energia que esta passa, Earl combina a mestria da lírica pela qual sempre foi conhecido com beats lo-fi não alinhados, samples quase irreconhecíveis e interludes tão random que fazem todo o sentido.

A princípio pensado como um fio de condução para uma reconciliação com o seu pai, o poeta Keorapetse Kgositsile, Earl foi apanhado de surpresa pela morte do progenitor no início deste ano. Mas a sua presença e influência pairam neste álbum como em nenhum projeto anterior. A raiva e ódio deram lugar à paz de espírito suficiente para o poder aceitar e perdoar. E é essa a base primordial de Some Rap Songs – o crescimento pessoal e a procura da alma enquanto tudo nos empurra para a direção oposta.

Quer os fãs de Earl que cresceram – e continuam a crescer – com ele e o vêem como uma espécie de contínuo auto-retrato da sua dor e guerra contra o mundo, quer aqueles que o conhecem há apenas duas semanas e admiram a maneira como deslumbra com aliterações e metáforas inteligentes, todos são encorajados a abraçá-lo num todo, pelo que é neste momento – um rapper poeta a cair para filósofo e a poster child de todo um som e movimento.

 

Oxnard, Anderson .Paak

É difícil imaginar um mundo onde o cantor, produtor, rapper, compositor e multi-instrumentista Anderson. Paak não ficasse eventualmente famoso. Depois dos consagrados Malibu e Yes Lawd!, lançados em 2016, Paak parece ter resposta para tudo o que os seus fãs e o mundo exigiam dele.

Sempre sensual e flirty, em Oxnard, o californiano não larga a mão dos beats alegres e borbulhantes – muito pelo contrário. Se o funk já o acompanhava, agora parece tê-lo integrado por completo, e Paak usa e abusa dele, associando-o ao rap e ao R&B. Muito devido ao louvor recebido com os seus últimos projetos, o conforto na voz e abordagem do mestre da versatilidade é óbvia, o que faz com que as músicas fluam com a naturalidade de um pôr do sol – o cenário que o álbum mais relembra.

Apesar de solto e desinibido por natureza, é em faixas como “Sweet Chick” que Anderson .Paak se deixa verdadeiramente ir e brilha. Um autêntico íman de carisma, o cantor canta e encanta com letras que, caso executadas por qualquer um para além dele, seriam só ridicularizadas. Mas na sua voz e envolvidos numa energia tão irreverente como contagiante, versos como “Got a skater bitch / She a gamer, gotta take her to arcades and shit / She be watchin’ anime while I’m layin’ dick” encostam a love song mais romântica do momento para canto.

Oxnard é uma lufada de ar fresco no mundo do pop-rap e R&B atuais, cada vez mais lotado por projetos que visam demasiado passar a energia das décadas de ouro destes géneros, sem ligar às implicações do mundo da música atual e à individualidade de cada um. É encorajante ver um artista como Anderson .Paak deslocar-se das suas e dos seus consórcios sem medo e conseguir adaptar o som à sua personalidade e à atmosfera que o rodeia, tendo o sucesso que totalmente merece ao fazê-lo.

 

El Mal Querer, ROSALÍA

No mundo multicultural em que vivemos, é mais do que certo que também a música, que literalmente move culturas, seja influenciada e influencie em vários extremos. Quando “Malamente” lançou Rosalía para os holofotes do mundo em maio deste ano, a cantora foi alvo de críticas devido à suposta apropriação cultural do flamenco, mas rapidamente os seus novos fãs e a imprensa espanhola chegaram em sua defesa e isso ficou provado com o enorme sucesso de El Mal Querer.

Com um pé nas suas raízes catalãs e o outro – gigante – no futuro, a cantora conseguiu conjugar o melodrama e o romantismo clássicos do Flamenco com a contemporaneidade da vida romântica de uma jovem mulher de 25 anos. Dividido em onze faixas – cada uma equivalente a um capítulo -, El Mal Querer conta a história de uma relação sentenciada à morte. Rosalía pegou no amor, no ciúme, no orgulho e na tristeza e embrulhou-os em vários paninhos – desde a sua formação clássica, às retiradas de pop, synth-pop e hip hop, nunca esquecendo as suas origens e o folk que já a caracterizava.

Conjugar tudo isto num só álbum de meia hora pode parecer difícil. E é-lo certamente. Mas o talento cru e a graça de Rosalía fazem-nos acreditar que não. El Mal Querer é a dualidade entre a tradição e a renovação; o passado e o futuro; o ficar e o ir; a pureza e a impureza. E é um dos projetos mais entusiasmantes, apaixonadamente compostos e irreverentes deste ano, a um nível global.

 

Outros a destacar: FM!, Vince Staples | NOIR, Smino | The Fuzz, Ellis | DiCaprio 2, J.I.D | Heart Shaped Bed, Nicole Dollanganger | Music Inspired by Illumination & Dr. Seuss’ The Grinch EP, Tyler, The Creator | Girl Code, City Girls 

Adriana Pinto

Séries 

YOU

Joe é um gerente de uma livraria que se apaixona por uma cliente, apenas pelo seu aspeto e pelo nome. Assim começa uma história de amor. Mas, antes da história propriamente dita, Joe faz um background check de Beck e descobre tudo o que há para descobrir. Tudo, das redes sociais à morada. Guinevere Beck, uma escritora e estudante universitária de poesia, é assim um livro aberto que Joe Golden está decidido a conquistar.

A história é narrada por Stalker Joe, protagonizado por Penn Badgley. O seu tom calmo e assertivo assegura-nos de que tem tudo sobre controlo, mesmo quando os obstáculos que não conseguiu prever surgem. Um ex-namorado que não é um ex definitivo, amigas possessivas e até o Tinder. Mas quão longe irá ele para eliminar esses obstáculos e ficar com Beck só para si?

You é baseado na obra de Caroline Kepnes. É um drama viciante com uma pitada de triller suave. A série consegue levantar questões bastante relevantes, como o quão facilmente ignoramos comportamentos tóxicos com uma dose de charme. A atuação de Penn Badgley é fascinante, a forma como encena a personagem e sente as emoções completam a trama.

A primeira temporada terminou no mês de novembro, mas a segunda já foi confirmada para 2019. Por isso, deixa o stalk no Instagram e vê uma série sobre um stalker profissional.

https://www.youtube.com/watch?v=cKOhno0IMpA

 

This is Us

Aviso: Se pretendem ver esta série aconselhamos a ter por  perto vários pacotes de lenços.

Rebecca Pearson teve uma gravidez difícil de trigémeos. O nascimento dos bebés coincidiu no dia de aniversário do seu marido, Jack Pearson. Jack é um romântico nato e Rebecca uma aspirante a cantora. A história de amor entre Rebecca e Jack só nos faz sonhar com um casamento assim, mesmo com as suas discussões e desencontros.

Os trigêmeos, fruto desse amor, crescem e tentam lidar com os seus problemas mais profundos. Randall, pai de família e homem bem sucedido, procura informações sobre os seus pais biológicos. Kate encontra amor e autoaceitação enquanto luta contra a obesidade. Kevin procura uma carreira que dê mais significado à sua vida, o que implica escolhas difíceis.

A vida da família é apresentada de uma forma não linear, alternando entre o passado e o futuro. Quanto mais sabemos sobre o passado mais compreendemos os problemas do presente. Existe claramente uma linha demarcada nas memórias. Um antes e um depois da morte de Jack.

This is Us é um drama familiar que arranca lágrimas até aos espectadores com coração mais gelado. Com atuações extraordinariamente reais em todos os papéis principais, é difícil não se apegar às personagens e à sua história.

A terceira temporada terminou a semana passada, portanto aproveita esta paragem para apanhar este comboio de emoções.

 

 

 

Narcos: México   

Narcos: México não é, definitivamente, uma quarta temporada de Narcos e a Netflix deixou isso bem claro ao separar as séries. Contudo, não sendo propriamente um spin-off, a série decorre dentro do mesmo universo. A narrativa centra-se agora no Cartel de Guadalajara, liderado por Miguel Ángel Gallardo, protagonizado por Diego Luna. Miguel chegou a ser considerado um dos maiores traficantes de cocaína do mundo. Foi detido em 1989, mas a história começa nove anos mais cedo, quando o seu império começa a tomar forma.

A série segue a mesma fórmula de Narcos: um traficante em ascensão e um agente da DEA que segue o rasto do narcotráfico. Misturam factos reais com a ficção e até a música de abertura é a mesma.

Contudo, a diferença mais notória é na personalidade da personagem central. Pablo Escobar era um protagonista carismático, com atitudes violentas e loucas, que concediam à série momentos eletrizantes. Já Miguel Ángel é um homem mais discreto, de negócios, que recorre mais a subornos e acordos e não tanto à violência, o que dá um ritmo mais lento e com menos ação à série.

Narcos: México conta com boas atuações e uma história com reviravoltas que cativam o espectador. Apenas não se pode esperar que seja igual a Narcos, porque são, efetivamente, séries diferentes.

https://www.youtube.com/watch?v=VBLcYJ7C4F0

Cristiana Rodrigues

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