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Hóquei em patins: FC Porto complica, mas carimba lugar na final

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Depois de vencer os primeiros dois encontros da eliminatória, o Futebol Clube do Porto (FC Porto) teve pela frente um Óquei Clube de Barcelos (OC Barcelos) com obrigatoriedade de ganhar para seguir vivo nesta competição. O resultado? Um enorme espetáculo na pista.

OC Barcelos por cima nos primeiros 25 minutos

Nos primeiros minutos de jogo, ambas as equipas criaram várias chances de golo, com destaque para os guardiões Xavi Malián e Conti Acevedo. Do lado da equipa minhota, Alvarinho e Darío Giménez iam chamando para si as atenções, enquanto que a dupla Carlo Di Benedetto e Gonçalo Alves brilhava pelos portistas.

Mas se os oito minutos iniciais foram pautados pelo equilíbrio, o mesmo não se pode dizer do resto da primeira parte. Logo aos oito minutos e meio, os barcelenses atiraram duas vezes com muito perigo e testaram a atenção de Xavi Malián, que respondeu à altura. No seguimento, o guarda-redes espanhol dos portistas continuou em grande, travando uma bomba de Luís Querido e, em seguida, a combinação entre Darío Giménez e Miguel Rocha.

Por esta altura, abundava o desperdício da equipa visitante e André Centeno era o rosto  principal desta falta de eficácia. Ao décimo quarto minuto de jogo, o jogador angolano atirou ao lado em situação de superioridade numérica com a baliza quase a descoberto. Nem um minuto depois, o mesmo André Centeno voltaria a falhar sozinho perante Xavi Malián. 

Os “dragões” teimavam em não ter grande intensidade e o sempre perigoso Darío Giménez voltou à carga, mas esbarrou no suspeito do costume: Xavi “parede” Malián. Quando a partida se encaminhava para os minutos finais do primeiro tempo, o jogo aqueceu ainda mais. Depois de o FC Porto, por via de Gonçalo Alves, ter voltado a criar perigo, houve um golo anulado aos visitantes a cinco minutos e 40 segundos do fim, num lance algo confuso e que foi alvo de vários protestos dos barcelenses. 

Até final, o marcador não se alteraria, apesar das tentativas de Alvarinho e Danilo Rampulla do lado dos barcelenses e Reinaldo García por parte dos portistas. 0-0 era o resultado ao intervalo.

Segundo tempo muito disputado

Na segunda parte, o FC Porto apareceu de cara lavada e criou perigo desde o princípio através da sua dupla goleadora. Gonçalo Alves e Carlo Di Benedetto ameaçaram ambos a baliza adversária, mas viram as suas chances negadas por Conti Acevedo.

Mas, como diz o ditado, à terceira é de vez. Xavi Barroso, a assinar uma belíssima exibição, finalizou um contra-ataque clínico dos “dragões” e colocou os “azuis e brancos” na liderança do encontro. 1-0 ilustrava agora o marcador. Ainda se estava a celebrar o tento de Xavi Barroso, quando Reinaldo García introduziu a bola no fundo das redes da baliza de Conti Acevedo, aumentando assim a vantagem para 2-0 aos quatro minutos do segundo tempo. 

Nos minutos que se seguiram, Gonçalo Alves, o melhor marcador do campeonato, alvejou, sem sucesso, por duas vezes a baliza de Conti Acevedo, antes de cometer falta sobre jogador do OC Barcelos e ser admoestado com cartão azul. Na conversão do livre direto, Daniel Rampulla tentou driblar Xavi Malián, que levou a melhor. 

Poucos segundos depois desta oportunidade, o golo dos minhotos acabaria mesmo por surgir. Combinação entres os talentosos Darío Giménez e Alvarinho, com este último a atirar a contar, quebrando a resistência de Xavi Malián. À passagem do minuto 14, 2-1 era o resultado.

Alvarinho, ex-jogador dos “dragões”, continuava com fome de golo e arriscou a sua sorte com dois remates cruzados, ambos parados por Xavi Malián. Com ambas as equipas a levar nove faltas, o jogo tornou-se bastante mais disputado e sem grandes chances de golo, fruto da preocupação em não chegar à décima falta. 

Mas quando o relógio assinalava dois minutos e 41 segundos para o fim da partida, a décima falta do FC Porto acabou mesmo por vir. Antes de a sua conversão tomar lugar, os ânimos exaltaram-se entre Telmo Pinto e Darío Giménez e ambos viram cartão azul. Chamado a marcar o livre direto, Miguel Rocha disparou um remate forte e angulado sem hipótese para Xavi Malián, empatando a partida a dois golos.

No tempo de jogo restante, Gonçalo Alves e Conti Acevedo foram os protagonistas. O avançado do FC Porto tentou por duas vezes a sua sorte (sendo que a segunda foi na conversão de um livre direto após décima falta dos minhotos), mas foi negado em ambas as ocasiões pelo argentino. Após 50 minutos, o marcador era de 2-2 e a partida seguiu para prolongamento.

Prolongamento animado

As oportunidades sucederam-se de parte a parte no tempo extrarregulamentar, mas o grande destaque vai para um lance criado pelos “azuis e brancos”, em que a bola ficou a passear na linha de golo da baliza de Conti Acevedo após jogada de Gonçalo Alves. Na repetição, percebe-se que a bola entrou completamente, mas nem os jogadores nem a equipa de arbitragem se aperceberam do sucedido e o resultado não se alterou até final.

Sem mais tempo para se jogar, o jogo partiu para a decisão por grandes penalidades, à semelhança do que tinha acontecido na partida relativa à Taça de Portugal. Da marca de penálti, fez-se valer a supremacia de Xavi Malián. O impenetrável guardião portista defendeu todos os quatro remates da equipa barcelense, ao passo que os “dragões” marcaram por duas vezes, via Gonçalo Alves e Telmo Pinto, que selaram a passagem dos dragões à final.

No rescaldo da partida, Rui Neto, treinador do OC Barcelos, parabenizou o FC Porto e manifestou orgulho nos seus atletas, dizendo que a equipa “merecia algo mais”. Por último, elogiou os “três grandes intervenientes” da partida, referindo-se a FC Porto, OC Barcelos e à equipa de arbitragem. 

Do lado do técnico portista, Ricardo Ares salientou a “grande época do OC Barcelos”, referindo-se à equipa minhota como “uma das mais difíceis de defrontar”. Para além disto, o treinador espanhol falou em “objetivo mais que cumprido”, reforçando a ambição dos “dragões” em serem campeões nacionais.

Na grande final, o FC Porto já sabe que vai ter um clássico pela frente, restando saber se contra o Sporting Clube de Portugal (SC Portugal), ou se contra o Sport Lisboa e Benfica (SL Benfica). Neste momento, os “leões” levam uma vantagem de 2-1 em jogos. A época do OC Barcelos fica encerrada após louváveis campanhas em todas as competições.

Artigo da autoria de João Pedro Pereira

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