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Hóquei em Patins: FC Porto tropeça em Famalicão e afunda-se no quarto lugar

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Na sequência do mau momento que vive, e que tarda em conhecer um ponto final, os “azuis e brancos” descolaram-se até Famalicão para defrontar o Famalicense AC (Famalicense Atlético Clube), clube que se encontrava, ao início da jornada, a apenas dois pontos da zona de qualificação para os play-offs.

Primeira parte com ligeiro ascendente caseiro

Foi o Famalicense AC quem deu o toque de saída no capítulo dos remates, quando Carlos Dias colocou em cheque os reflexos de Xavi Malián. Não obstante, os portistas Telmo Pinto e Rafa não tardaram em dar resposta e ameaçaram em sucessivas ocasiões a baliza defendida por Tiago Freitas, todas sem sucesso.

Os minutos iniciais foram, ainda assim, mornos e a temperatura só subiu passado algum tempo, com as iniciativas do capitão famalicense, Hugo Costa bem como do perigoso Joca Guimarães, ambos com “stickadas” a meia distância que não passaram longe do alvo.

Apesar disto, e quando era a formação da casa quem mais produzia ofensivamente, os dragões foram presenteados com livre direto à passagem do minuto 14, após Gabi Silva derrubar Carlo Di Benedetto e a infração ser punida com cartão azul. Encarregue da conversão ficou o suspeito do costume, Gonçalo Alves, que surpreendeu Tiago Freitas ao simular o remate e arrancar para o drible, que deixou o guarda-redes pregado ao chão e o esférico no fundo da baliza. Estava feito o 0-1 no marcador.

Todavia, a confiança dos pupilos de Jorge Ferreira não foi afetada, e estes ripostaram prontamente por via de Carlos Dias, que apareceu nas costas da defesa portista, mas não conseguiu bater Xavi Malián, com este a impor a sua envergadura no pouco espaço que havia para o português finalizar.

Apesar disso, os famalicenses não tiraram o pé do acelerador e chegaram mesmo ao golo do empate aos 17 minutos e 11 segundos de jogo. Gabi Silva atirou da linha de meio-campo e a bola sobrou para o stick de Rafael Almeida após defesa de Xavi Malián, que concretizou um lance algo confuso. Jogo de volta à estaca zero com ambas as equipas a somar um golo.

No seguimento do tento famalicense, a comitiva da casa voltou a testar a atenção de Xavi Malián, mas o guardião espanhol afastou o perigo. Já os dragões, depois de largos momentos sem causar estragos, apareceram finalmente na metade oposta através de Rafa, com um bom rasgo individual do número nove portista a dar trabalho a Tiago Freitas.

Contudo, e passados apenas cerca de 40 segundos desta ação ofensiva, o mesmo Rafa foi autor de uma falta sobre Rafael Almeida admoestada com cartão azul. Apesar dos muitos protestos por parte dos visitantes, o livre foi mesmo assinalado e convertido exemplarmente por Juan López que, numa jogada em tudo semelhante à de Gonçalo Alves, tirou o seu compatriota do caminho e colocou a sua equipa em vantagem pela primeira vez no encontro (2-1).

Liderança essa que se esfumou apenas dez segundos depois, a pouco mais de quatro minutos do fim do primeiro tempo. Rafael Almeida “deu troco” ao FC Porto com entrada faltosa sobre Carlo Di Benedetto e viu os “azuis e brancos” disporem de um livre direto, face ao facto de ter sido a décima infração do Famalicense AC, que se apresentou muito agressivo na primeira parte. Com a oportunidade de igualar o placar, Gonçalo Alves partiu para a “redondinha” com fogo no olhar e colocou a bola no ângulo superior direito, sem chance de defesa para Tiago Freitas. Desta forma, o resultado passava agora a refletir uma igualdade a duas bolas.

Só que ainda houve tempo para mais um tento quando o FC Porto já pensava no descanso. A 38 segundos do intervalo, Gabi Silva arrancou sem oposição e fez o 3-2 com muita tranquilidade na zona de finalização, deixando os seus companheiros no comando da partida ao fim do primeiro tempo.

Festival de faltas, ocasiões e reviravoltas na segunda parte

Rapidamente se pode perceber que os dragões regressaram à pista com o seu fôlego renovado. Reinaldo Garcia tomou desde logo as rédeas do encontro ao atirar ao poste, após excelente contra-ataque rápido da sua autoria. Gonçalo Alves também deixou a sua marca por duas ocasiões, ambas impedidas por Tiago Freitas, que começava a dar sinais de vir a ser um grande obstáculo para os portistas.

E não demorou até que o guarda-redes português tivesse novo grande desafio pela frente, após Joca Guimarães empurrar Xavi Barroso dentro da área aos sete minutos e meio de jogo. Uma vez mais em posição para repor a igualdade, Gonçalo Alves foi chamado a bater a grande penalidade, contudo, o internacional português atirou em cheio no poste, que travou desta forma as possibilidades de empatar a partida.

Meio minuto depois, Rafa, a passe de Carlo Di Benedetto, voltou a fazer pontaria ao ferro, e a bola teimava em não entrar. A pressão dos “azuis e brancos” era muita, mas eram poucos os disparos e nenhum com o resultado pretendido, numa altura em que Tiago Freitas começava a tomar para si o protagonismo e a defender todas as potenciais situações de golo.

Só aos 14 minutos e 10 segundos de jogo é que o Famalicense AC conseguiu desenvencilhar-se da avalanche portista, acumulando as duas primeiras grandes oportunidades de forma sucessiva às quais se opôs brilhantemente Xavi Malián, primeiro a remate de Juan López e depois a recarga de Carlos Dias.

Não obstante, os famalicenses mantiveram a toada faltosa e, apenas nove segundos depois de somar as primeiras ocasiões, a equipa da casa foi novamente advertida com cartão azul, após Juan López travar em falta o sprint de Rafa em transição. Pela quarta vez, Gonçalo Alves esteve olhos nos olhos com Tiago Freitas, com este último a sair por cima, depois de exibir enormes reflexos para travar o tiro do camisola 77.

Apesar da qualidade da sua exibição, Tiago Freitas já nada pôde fazer quando, decorridos 14 minutos e meio de jogo, Gonçalo Alves teve a sua desforra, ao atirar de forma fulminante em direção ao ângulo superior direito, deixando a partida em aberto ao fixar o marcador em 3-3.

Ainda o FC Porto estava a festejar o tento de Gonçalo Alves quando o 77 dos “azuis e brancos” voltou a fazer das suas. Passados apenas 15 segundos, o avançado português contornou a baliza adversária e rodopiou sobre o seu adversário para concluir com classe, consumar o póquer na partida e materializar a reviravolta no resultado, que registava agora 3-4 a favor dos dragões.

A equipa de Ricardo Ares não mostrava, contudo, sinais de querer abrandar, e, um minuto depois, beneficiou de mais uma entrada dura de Gabi Silva sobre Telmo Pinto dentro da área, o que originou nova grande penalidade para o FC Porto. Na busca pela manita, Gonçalo Alves atirou por duas vezes ao ferro, depois de rematar ao poste e, no ressalto, executar uma “picadinha” defendida pela trave.

No entanto, os dragões não tiveram de esperar muito até verem o esférico beijar as malhas uma vez mais, quando, aos 16 minutos e meio de jogo, Telmo Pinto respondeu da melhor forma a passe de rutura tenso de Gonçalo Alves de forma a estrear uma vantagem de dois golos para a comitiva portista (3-5).

A resposta, essa, surgiu um minuto depois, quando Joca Guimarães efetuou aquele que é o seu movimento preferido ao partir do lado esquerdo e atirar de longe para onde a coruja dorme. 4-5, ilustrava agora o placar.

Contudo, a festa estava boa e sem motivos para findar, pelo que Xavi Barroso, apenas cinco segundos depois, encontrou espaço no centro do recinto e rematou para dentro, num lance em que a defensiva do Famalicense AC ficou a dormir na curva. Estava recuperada a diferença de dois golos e parecia cada vez mais complicada a vida da formação da casa (4-6).

E se a situação já estava crítica para os famalicenses, pior ficou quando Joca Guimarães e Hugo Costa viram cartões azuis por simulação e protestos, respetivamente (isto numa altura em que o FC Porto já se encontrava “à bica” no capítulo das faltas). Carlo Di Benedetto assumiu a responsabilidade da marcação do livre direto em detrimento de Gonçalo Alves, mas não teve sucesso a serpentear Tiago Freitas, que colecionou mais uma parada decisiva.

Em situação de powerplay, os dragões continuavam a massacrar e, depois de Gonçalo Alves combinar com Carlo Di Benedetto, estiveram perto de aumentar a vantagem. Vantagem que poderia ter sido dilatada pouco depois, quando Juan López infringiu uma vez mais as regras ao derrubar Telmo Pinto e viu assinalada contra o seu clube a décima quinta falta do encontro. De volta à marcação dos livres diretos, Gonçalo Alves adiantou o esférico, mas deu caras com uma parede que dá pelo nome de Tiago Freitas.

Mas o FC Porto, que estava há largos minutos a controlar a décima falta, acabou mesmo por ceder e Carlo Di Benedetto deitou Juan López ao chão, dando azo a mais um dos inúmeros livres diretos no confronto. Uma vez mais, Juan López mostrou-se intocável e, com uma “picadinha” irrepreensível fez o quinto golo dos famalicenses na partida, que passavam a estar a apenas um golo dos dragões (5-6).

Ainda assim, os “azuis e brancos” mantiveram a determinação em querer fechar o encontro e Gonçalo Alves recorreu à régua e ao esquadro para efetuar um passe milimétrico na direção de Xavi Barroso que, infiltrado na área, só teve de encostar. 5-7 no marcador e, aparentemente, tudo decidido em Famalicão.

No entanto, o Famalicense AC quis que este jogo fosse a prova de que, até ao último segundo, a bola está em jogo, e aproveitou, em primeiro lugar, uma grande penalidade após Xavi Malián derrubar Rafael Almeida, chamando o capitão, Hugo Costa à marcação, que só foi bem-sucedida na recarga, após o internacional espanhol defender o remate inicial, e, a apenas nove segundos do fim e já depois de ter abdicado do guarda-redes para colocar todos os homens na frente, aproveitou em segundo e último lugar Joca Guimarães, que foi à bomba resgatar o empate para os famalicenses, naturalmente eufóricos. 7-7 no placar, zero segundos para se jogar, e os dragões a “morrerem na praia” face à crença do Famalicense AC.

Com este resultado o FC Porto não impede a perpetuação do seu mau momento, ao ter conseguido somar apenas um de seis pontos possíveis nas últimas duas jornadas, o que deixa o clube da Invicta a nove pontos do SL Benfica e a dois de OC Barcelos e Sporting CP, sendo que este último tem uma jornada a menos. O próximo encontro dos dragões respeita à Taça de Portugal, onde vai a Torres Vedras visitar o reduto da AE Física (Associação de Educação Física e Desportiva). O Famalicense AC, por sua vez, fica a apenas um ponto de ascender ao oitavo lugar da tabela classificativa, o último a dar acesso aos play-offs decisivos. Os famalicenses voltam a entrar em ringue na Póvoa de Varzim, para defrontar o CD Póvoa (Clube Desportivo da Póvoa), em jogo que também é relativo à Taça de Portugal.

Artigo da autoria de João Pedro Pereira.

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