INFARMED CRIA SITE PARA CONSULTA DE ENSAIOS CLÍNICOS

Os ensaios clínicos são utilizados para investigar novos procedimentos médicos ou medicamentos para identificar, prevenir ou tratar doenças. Os promotores são laboratórios farmacêuticos e asseguram a eficácia e segurança dos novos medicamentos, antes de obterem a sua autorização de introdução no mercado. Neste momento, decorrem 350 ensaios clínicos em Portugal.

O RNEC foi desenvolvido pelo Infarmed para divulgar a investigação clínica nacional ao público em geral, aos profissionais de saúde e aos investigadores. Assim, um doente que não tenha reagido aos tratamentos convencionais, pode consultar os ensaios clínicos disponíveis para a sua patologia em busca de novas soluções terapêuticas.

A restrição geográfica dos centros hospitalares limita o número de doentes. Desta forma, o RNEC permite que um cidadão participe num ensaio de outra zona do país. A plataforma apresenta outras vantagens como o aumento da taxa de recrutamento e a diminuição do tempo de desenvolvimento do ensaio.

Apesar de atrair mais pessoas para os ensaios, pode ter o efeito contrário. “Ao ter acesso mais detalhado à informação, as pessoas podem não querer arriscar. É muito individual”, refere Alexandre Quintanilha, presidente da Comissão de Ética para a Investigação Clínica (CEIC), ao DN. Para além disso, a nova plataforma simplifica o processo burocrático entre as entidades que submetem os pedidos de ensaio clínico – o Infarmed e a CEIC. O processo passa a desenrolar-se diretamente a partir do site.

João Oliveira revelou ao DN uma advertência. “Esta maior facilidade de conhecimento sobre os ensaios clínicos não deve fazer com que os doentes prescindam de aconselhamento junto dos médicos que já os conhecem e acompanham”, avisou o diretor clínico do IPO de Lisboa.

O RNEC vai estar em fase de transição até 31 de dezembro. Até ao final do ano, a submissão de ensaios clínicos pode ser feita quer pela plataforma, quer pelos procedimentos habituais. A partir de 1 de janeiro de 2017, os pedidos vão ser exclusivamente via online. Para aceder à totalidade das informações, os utilizadores têm de se registar na plataforma.