Ciência e Saúde
HIV: MEDICAMENTOS DISPONÍVEIS EM FARMÁCIAS COMUNITÁRIAS
Para conhecer melhor o projeto, o JUP foi falar com Jorge Gonçalves, professor de Farmacologia da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, e com Isabel Araújo, farmacêutica comunitária em Braga.
“É um projeto que se iniciou com farmácias voluntárias e que promove a liberdade de escolha dos utentes seguidos no Hospital que poderão optar onde preferem levantar os seus medicamentos”, afirma a farmacêutica.
O projeto apresenta outras vantagens como uma distribuição mais dispersa para doentes de zonas mais remotas e um maior horário para possíveis levantamentos “devido ao horário alargado das farmácias comunitárias relativamente aos serviços hospitalares”.
Os dois especialistas consideram que as farmácias comunitárias se encontram preparadas para a dispensa dos medicamentos anti-retrovirais. Acreditam ainda que a cooperação entre farmacêuticos, hospitalares e comunitários, até agora pouco comum, poderá trazer vantagens para todos.
“A formação específica que foi dada aos farmacêuticos comunitários preparou-os para lidar, de forma competente, com as particularidades da cedência destes medicamentos”, assegura o professor de Farmacologia.
Jorge Gonçalves acrescenta ainda que “esta pode ser uma oportunidade para desafiar os farmacêuticos, hospitalares e de oficina, a trabalharem de forma integrada e a colocarem mais e melhor os seus conhecimentos e competências ao serviço da sociedade”.
A iniciativa encontra-se ainda numa fase embrionária com uma duração prevista de 18 meses, mas Jorge Gonçalves está confiante no sucesso do projeto. “Parece-me elevada a possibilidade do estudo piloto ter sucesso, sob o ponto de vista da comodidade para os doentes e do ponto de vista da preservação da adesão à terapêutica”. Tudo vai depender “dos resultados da avaliação financeira sobre os custos diretos da medida”, conclui.