Ciência e Saúde

FMUP: GABINETE PIONEIRO DE APOIO A VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA NO NAMORO

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O Gabinete de Apoio a Vítimas de Violência no Namoro é um serviço gratuito prestado por psicólogos especializados na intervenção de vários tipos de violência no namoro. O apoio destina-se a estudantes universitários independentemente da instituição de ensino que frequentam. Podem ser tratados casos atuais e casos de pessoas que tenham enfrentado situações semelhantes no passado.

O serviço é uma das ações do Programa UNi+ (Prevenção da Violência no Namoro em contexto universitário), promovido pela Associação Plano i e financiado pela Secretaria de Estado para a Cidadania e Igualdade.

Em declarações ao JUP, a presidente da Plano i e coordenadora científica do Programa UNi+ explica o surgimento do serviço. “O reconhecimento de que o problema existe nas universidades portuguesas, aliado à necessidade de encontrar respostas específicas para a comunidade estudantil, motivou a criação do Gabinete, em parceria com duas instituições do ensino superior: o Instituto Universitário da Maia (ISMAI) e a Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP)”, explica Sofia Neves.

“Em cerca de dois meses de funcionamento, o Observatório registou 80 casos”

Segundo a presidente, os dados do Observatório da Violência no Namoro corroboram a importância de se intervir no sentido da prevenção e de combate à violência no namoro em Portugal.

O que é a violência no namoro?

A violência no namoro é um tipo de violência repercutida em atos pontuais ou contínuos que é praticada por apenas um dos parceiros ou por ambos, durante a relação de namoro. O objetivo é de controlo e dominância perante a outra pessoa envolvida na relação.

O ato de violência tanto pode ocorrer entre relações homossexuais como heterosexuais e pode incluir agressões físicas, abuso psicológico e/ou verbal, ameaças, perseguição, controlo social, vitimação sexual, entre outros.

Em Portugal, “o número de vítimas de violência no namoro sinalizadas pelo Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses (INMLCF) aumentou quase 60% em três anos, entre 2014 e 2016”, noticia o Diário de Notícias (DN). Assim, no ano de 2016 foram detetadas 767 vítimas.

A maioria das vítimas são mulheres. No entanto, há um aumento de 83,3% nos casos em que a vítima é do sexo masculino. Os dados do INMLCF citados pelo DN mostram que a vítima tem entre 18 e 25 em 34,9% dos casos.

No que diz respeito aos agressores, existe uma diferença nos resultados dos últimos dois anos.  Em 2016, foram sobretudo namorados (51,8%), enquanto que em 2015 os agressores eram maioritariamente ex-namorados (52,9%).

Como são marcadas as consultas?

As consultas são agendadas através de um formulário online. O Gabinete funciona às segundas-feiras de tarde, das 14h00 às 18h00, e às sextas-feiras de manhã, das 9h00 às 13h00. O local de funcionamento é no Hospital de São João (situa-se no Piso 3, ao lado do anfiteatro nascente da FMUP).

Caso o estudante deseje alguma informação adicional, pode ler o documento auxiliar que explica o projeto e sugere formas de contacto para informações adicionais.

Além de alguns pedidos de informação por pessoas em contacto com vítimas (como professores), “o Gabinete recebeu já alguns pedidos de atendimento feitos diretamente por vítimas e ex-vítimas”, afirmou Sofia Neves.

Questionada acerca de objetivos futuros, a presidente diz que o foco está em garantir a sustentabilidade do Programa UNi+ e, se possível, alargá-lo a outras zonas do país. A associação também se mostra disponível para a realização de atividades e formação junto da comunidade universitária.

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