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Ciência e Saúde

IGIC Porto 2018 – os “Telhados Verdes” no Porto

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No contexto da promoção das infra-estruturas verdes em Portugal, pela ANCV, e da promoção de orientações para a sustentabilidade ambiental e qualidade de vida, pela CMP, a IGIC teve como objetivos analisar e discutir infraestruturas verdes e os resultados e conclusões de investigações e projetos. De acordo com isto, o programa dividiu-se no primeiro dia em cinco painéis de debates e no segundo contou com uma visita orientada à cidade.

Os painéis abordaram a procura de infraestruturas verdes nas cidades, as contribuições destas para melhorias ecológicas e económicas e as políticas de incentivo e promoção destas, entre outros. Num total de mais de vinte apresentações, os destaques foram para algumas no campo da política, da economia, da ciência e do associativismo relacionado com as infraestruturas verdes.

Na vertente política Peter Massini, líder do Departamento de Urbanismo Verde da Grande Autoridade de Londres, descreveu a evolução e o actual enquadramento das políticas públicas na área, enquanto Pedro Pombeiro e Isabel Martins da CMP descreveram as iniciativas tomadas na cidade do Porto. No campo do associativismo das infraestruturas verdes, o IGIC recebeu o presidente da Federação Europeia de Coberturas Verdes, Dusty Gedge, que abordou casos e projectos de telhados verdes em Londres, assim como Manfred Kholer, presidente da Associação Mundial de Infraestruturas Verdes. Já no campo da ciência, houve oportunidade para conhecer como os telhados verdes podem ser uma alternativa para o sobreaquecimento dos edifícios, como podem ser um contrapeso à baixa biodiversidade urbana e como podem contribuir para diminuir os efeitos da impermeabilização, evitando cheias.

Para Cláudia Fernandes, docente na Faculdade de Ciências e participante na conferência, o balanço do dia foi positivo: “Tivemos comunicações mais relacionadas com processos construtivos, e, portanto, de natureza mais técnica e prática, e outras de âmbito mais científico e inovador. Considero, por isso, que foi um dia muito bem passado, útil e informativo, merecendo-me destaque a audiência muito participativa e claramente diversificada nas áreas principais de atividade e nas classes etárias presentes”.

O passeio pela cidade do Porto contemplou uma visita às coberturas (vulgo “telhados”) Verdes da Praça de Lisboa e da Quinta da Pasteleira, bem como à maior infraestrutura verde da área metropolitana  – o Parque da Cidade. Sendo o Porto uma cidade antiga, as soluções baseadas na natureza têm sido um fenómeno recente, mas que atravessam um momento promissor. Para Isabel Silva, docente na FCUP e participante, o Porto está a desenvolver-se neste sentido, sendo as coberturas verdes no Porto importantes para aumentar a conectividade e a qualidade de vida dos habitantes: “Na minha opinião, as coberturas verdes podem desempenhar um papel muito importante no reforço da conectividade da Infraestrutura Verde Urbana do Porto, nomeadamente em zonas da cidade mais densamente urbanizadas e impermeabilizadas”.

Desta forma, o balanço final da conferência foi positivo, reunindo um grupo multidisciplinar e internacional para reflectir sobre urbanismo verde e permitindo reflectir sobre o estado e futuro deste no Porto. Nas palavras de Nicolas Disch, um participante de nacionalidade holandesa, a IGIC podia ter sido melhor na questão do networking, eventualmente com a dinamização de um jantar no sábado para os participantes, mas foi “bem organizada, com oradores qualificados e profissionais, tópicos relevantes e tamanho das apresentações bem calibrados”.

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