Ciência e Saúde

Rover Perseverance da NASA aterra com sucesso em solo marciano

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Exatamente às 20 horas e 55 minutos, hora de Lisboa (15h55 Eastern Time), da noite do dia 18 de fevereiro de 2021, o Mars Rover Perseverance aterrou com sucesso em Marte. Com aplausos e vivas, cientistas e engenheiros do centro de controle do Laboratório de Propulsão a Jato da NASA (NASA’s Jet Propulsion Laboratory) comemoraram o início de uma nova era da exploração espacial.

Lançado no dia 30 de julho de 2020, o robot é o quinto Rover da NASA a aterrar no planeta vermelho. Em desenvolvimento há uma década pelo Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, também responsável pelas sondas espaciais não-tripuladas, o Perseverance viajou quase 500 milhões de quilômetros em sete meses de viagem, aterrando com sucesso na Cratera de Jezero – onde iniciará seus trabalhos.

O local de aterrissagem não foi escolhido por acaso. Durante muito tempo, cientistas da NASA estudaram a cratera de 45 quilômetros de diâmetro onde fluiu um rio à cerca de 3,5 mil milhões de anos. A equipe por trás do Perseverance acredita que o delta do extinto rio pode ser um local de acumulação e preservação de moléculas orgânicas, havendo a possibilidade de existirem ali sinais de antigas formas de vida microbianas. “É um local de pouso bem especial”, disse em vídeo Katy Stack Morgan, uma das cientistas do projeto.

Ao todo, a missão do Rover Perseverance possui quatro objetivos principais para os dois anos em solo marciano. O primeiro é investigar a possibilidade de, no passado, Marte ter tido um ambiente capaz de abrigar vida microbiana. O segundo é justamente tentar identificar sinais de antigas formas de vida (denominadas de “bioassinaturas”) nas rochas do planeta. Para isso, o Perseverance dispõe de uma série de equipamentos, como lasers de vaporização e radares de penetração no solo para tirar panoramas de alta resolução, estereogramas 3D e close-ups microscópicos, num conjunto de 19 câmaras sofisticadas.

“Este Rover é, em sua essência, um robot geólogo e um astrobiólogo móvel”, disse Lori Glaze, chefe da divisão de ciência planetária da NASA, durante uma apresentação pública na última quarta-feira (17 de fevereiro). “Estamos buscando a capacidade de identificar que rochas podem ter preservado impressões digitais orgânicas da vida do passado.”

O terceiro objetivo é coletar amostras do solo e subsolo de Marte, que serão colocadas em pequenos tubos e armazenadas no planeta até que missões de resgate possam ir buscá-las. Apesar da NASA já ter anunciado viagens a Marte para os próximos anos, a previsão é de que essas rochas só cheguem à Terra no início de 2030.

Por fim, seu quarto (e crucial) objetivo é realizar os primeiros testes para uma futura expedição tripulada. Para tal, o Rover está equipado com dois instrumentos específicos: o Ingenuity Mars Helicopter, um pequeno helicóptero com o qual os cientistas tentarão realizar os primeiros voos controlados e monitorizados no planeta; e o Moxie, uma minifábrica capaz de gerar oxigênio a partir de dióxido de carbono – gás que compõe 95% da atmosfera de Marte.

A missão do Perseverance pode ajudar a responder questões-chave sobre a evolução de Marte e da Terra. Não encontrar indícios de antigas formas de vida pode confirmar a condição especial de nosso planeta, sugerindo que, apesar de ambos, Terra e Marte, terem partido de condições iniciais semelhantes, nenhum ser evoluiu do nosso planeta vizinho. Do contrário, qualquer evidência de vida encontrada pelo Rover, traz-nos mais perto das respostas para os mistérios do espaço, sendo uma forte evidência de que o universo é, de certo modo, um berço para a gênese da vida.

 

Artigo elaborado por Giovanna Vernacci Moreno.

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