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Ciência e Saúde

Suplementos de Vitamina D não previnem doença cardíaca ou cancro

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Foi publicado a 4 de Janeiro de 2022, no American Journal of Clinical Nutrition, um estudo sobre a vitamina D, conduzido por investigadores da University of Eastern Finland, com objetivo de estimar os efeitos desta na incidência da doença cardiovascular e oncológica.

Cerca de 2 500 idosos foram aleatoriamente submetidos a diferentes doses de vitamina D, diariamente – dose elevada (3200 IU/dia), dose moderada (1600 IU/dia) e placebo – e seguidos durante cinco anos, não tendo existido diferenças significativas na mortalidade total, incidência de doença cardiovascular e oncológica entre os três grupos analisados.

Os autores justificam estas conclusões com o facto da maioria dos participantes apresentar no início do estudo níveis de vitamina D suficientes. Referem que as diferenças entre grupos poderiam ter sido superiores se, inicialmente, todos os participantes apresentassem níveis deficitários de vitamina D. Deixam ainda a nota de que “Em futuros ensaios sobre suplementação com vitamina D deverão ser selecionados participantes com baixos níveis desta vitamina.”.

Estima-se que 30% dos jovens e 50% dos idosos apresentem níveis de vitamina D deficientes. As principais causas incluem exposição solar insuficiente, regimes alimentares com pouco aporte de vitamina D, pele hiperpigmentada, obesidade e o próprio envelhecimento.

A homeostasia da vitamina D é fundamental para a saúde do osso. A sua suplementação apresenta um papel bem definido na prevenção e tratamento de doenças ósseas, nomeadamente na osteoporose, doença que aumenta o risco de quedas e fraturas.

Alguns estudos observacionais têm sugerido que o défice de vitamina D se associa ao aumento do risco de desenvolvimento de doença oncológica, cardiovascular, autoimune e doença mental. No entanto, este ensaio clínico vem reforçar a falta de evidência existente no que toca à suplementação nestas situações, nomeadamente no contexto de prevenção do cancro ou das doenças cardiovasculares.

Texto por Sara Tainha. Revisto por Maria Teresa Martins.