Ciência e Saúde
Método Capaz de Determinar PMI de Forma Não-Destrutiva
Investigadores da Universidade UPV/EHU de Basque Country, localizada em Espanha, desenvolveram um novo modelo que determina o intervalo post-mortem de restos cadavéricos (PMI), um passo crucial na obtenção de resultados fiáveis e precisos na análise forense.
A determinação do PMI, isto é, o tempo passado desde a morte de um indivíduo, é considerado um processo destrutivo, que apresenta uma estimativa do intervalo de tempo, em vez de um valor exato.
Face a esta desvantagem, esta equipa de investigadores apresenta um método de determinação do intervalo post-mortem que não destrói os restos mortais.
Segundo Luis Bartolomé, técnico no UPV/EHU’s SGIker Central Analysis Service (SCAB), “O objetivo desta investigação era precisamente encontrar um método capaz de determinar, de forma relativamente precisa, o intervalo post-mortem em restos mortais usando medidas não destrutivas.”
Bartolomé, juntamente com a restante equipa analisou 53 restos mortais de humanos, com intervalos post-mortem previamente determinados pela Universidade de Granada. Com a utilização destas amostras, foi possível aperfeiçoar um método que combina duas ferramentas analíticas não destrutivas: a espetroscopia Raman e a quimiometria.
O uso da quimiometria, juntamente com a espetroscopia Raman, deve-se à complexidade das amostras, já que, ao utilizar apenas a espetroscopia, apesar de ser possível obter informação físico-química acerca dos restos cadavéricos, a distinção desta seria impossível.
“Ao combinarmos ambas as técnicas, somos capazes de construir um modelo em que o espetro de Raman de cada conjunto de restos mortais analisado é associado a um intervalo post-mortem. Relacionar o espetro com um intervalo de tempo não é uma tarefa fácil e para isso usamos modelos estatísticos e logaritmos que nos permitem relacionar cada espetro com um tempo. Então, quando recebíamos restos mortais de humanos onde não sabíamos o tempo que tinha passado após a morte, fazíamos uma interpolação ao inserirmos estes dados no modelo validade, e dessa forma um intervalo post-mortem relativamente correto poderia ser obtido,” explicou Luis Bartolomé. “Os dados gravados no modelo desenvolvido providenciam informação valiosa, potencialmente útil e versátil.”
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Texto por Joana Silva. Revisto por Maria Teresa Martins.