Ciência e Saúde

Componente de bebidas energéticas pode evitar lesões cardíacas

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Foi publicado a 23 de Dezembro de 2021, na eLife, um estudo desenvolvido por investigadores da University of Michigan sobre ácidos gordos de cadeia média, nomeadamente o ácido octanóico, com o objetivo de estimar os seus efeitos após eventos como o enfarte cardíaco, vulgarmente conhecido como ataque cardíaco.

Este estudo consistiu num ensaio pré-clínico em modelos de ratos com ácido octanóico, constituído por cerca de oito carbonos (8C), bem como alguns outros metabólitos. Verificou-se que nos ratos com ácido octanóico que desenvolveram enfarte, esses ácidos gordos foram responsáveis pela produção de acetil-CoA, um importante substrato energético para o tecido cardíaco que o protege das lesões quando sujeito a agressões.

Este ácido gordo de cadeia média encontrado em algumas bebidas energéticas pode, no futuro, vir a ajudar na proteção contra lesões decorrentes de enfarte cardíaco, caso esta relação de benefício seja provada em humanos.

Segundo Zhong Wang, professor de Cirurgia Cardíaca na University of Michigan Frankel Cardiovascular Center e um dos autores deste estudo, a ideia final é que os médicos possam administrar esta solução ao doente com enfarte assim que ele chegue ao hospital, de forma a minorar as lesões cardíacas.

Wang acrescenta ainda que o próximo passo será testar estes ácidos gordos em modelos animais de grande porte para, posteriormente, avançar para ensaios clínicos em humanos.

Para além disso, “Compreender o crosstalk entre o metabolismo energético e a epigenética pode fornecer dados importantes não só para o enfarte do miocárdio, mas também para enfartes de outros órgãos”, disse Ienglam Lei, também autor deste estudo.

O enfarte agudo do miocárdio resulta da interrupção súbita do fluxo sanguíneo coronário, essencial para garantir o correto funcionamento do coração. Se a causa desta interrupção não for revertida rapidamente, as células cardíacas acabam por morrer, o que acontece ao fim de poucas horas. O enfarte é uma das principais causas de morte em Portugal.

Texto por Sara Tainha. Revisto por Maria Teresa Martins.

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