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Ciência e Saúde

Kush: nova droga devasta comunidades em Serra Leoa

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Kush, também conhecido por “spice” ou “K2” é uma mistura de produtos vegetais, maioritariamente folhas trituradas, com uma variável quantidade de produtos químicos, consumida sob a forma de cigarros. Esta é uma droga de baixo custo derivada dos canabinoides e, neste momento, um dos maiores pesadelos das autoridades de Serra Leoa, um dos países mais pobres do mundo.

Tyson Conteh, repórter e diretor da BBC News, produziu uma reportagem em que revelou o impacto real do Kush na população local de Serra Leoa.

Os efeitos secundários incluem alucinações, relaxamento e paranoia, podendo mesmo resultar em comportamentos violentos e morte. Segundo a reportagem, os efeitos do Kush diferem de pessoa para pessoa: “Alguns enlouquecem, outros ferem-se e muitos cometem crimes para sustentar o vício”.  Os indivíduos que consomem esta droga têm-se acumulado nas salas de emergência por overdose e nas alas psiquiátricas. Ao mesmo tempo, as autoridades têm travado uma dura batalha na tentativa de retirar o Kush de circulação nas ruas.

O Kush existe naturalmente como uma variedade específica de cannabis originário das montanhas de Hindo Kush. Existem duas subespécies principais de cannabis nomeadamente, indica e sativa. O Kush é um derivado da subespécie indica. No entanto, o Kush ou “K2” contrabandeado para a Serra Leoa é de origem sintética. Por sua vez, já que os canabinoides sintéticos podem ser 100 vezes mais potentes que os canabinoides naturais, os efeitos psicotrópicos deste composto tendem a ser descontrolados, mais prejudiciais e mesmo fatais.

A fórmula original desta droga foi inventada por um químico que fazia trabalhos de investigação médica, financiados pelo Instituto Nacional sobre Abuso de Drogas, que nunca pensou que seria utilizada para comercializar, em grande escala, drogas perigosas pelo mundo.

O repórter, Tyson Conteh, conversou com várias pessoas que consomem esta droga que dizem prostituir-se para conseguir dinheiro para comprá-la, afirmando mesmo que “Antes de trabalhar, fumo para perder o medo e a vergonha. (…) Faz com que não me importe. Não importa com quantos, faço sexo com todos e sigo o meu caminho.”. Outro entrevistado relata os efeitos psicoativos da droga, afirmando que “faço-o para aliviar o stress. (…) Quando se fuma Kush, vai-se para um mundo de loucos. Perdemos a noção, então é possível que façamos qualquer coisa que nos passe pela cabeça”.

As autoridades locais de Serra Leoa garantem que a droga “já tem muitas variedades”, o que está a dificultar o processo de desmantelamento das cadeias de distribuição.

Texto por Diana Cunha. Revisto por Maria Teresa Martins.

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