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Ciência e Saúde

ChatGPT: a revolução do século

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Recentemente, a OpenAI lançou o ChatGPT, um modelo linguístico de última geração. Consiste numa variação da arquitetura GPT (Generative Pre-Train Transformer), que foi treinado com uma quantidade massiva de dados de texto da internet.

O ChatGPT é capaz de gerar texto parecido com o humano e pode ser utilizado para uma variedade de tarefas de processamento de linguagem natural, tais como tradução linguística, resumo de textos, e resposta a perguntas. Foi treinado para compreender e responder a uma vasta gama de tópicos, tornando-o uma ferramenta versátil para empresas, investigadores e criadores.

A sua capacidade de fornecer respostas realistas, precisas e fluentes a perguntas, assim como compreender o contexto em conversação, torna-o uma ferramenta valiosa para aplicações em que se incluem os assistentes virtuais (chatbots), a tradução automática e a geração de conteúdo. O ChatGPT é capaz de imitar o estilo e a estrutura do idioma humano, resultando em respostas que soam inteiramente naturais.

Além das suas capacidades de conversação, o ChatGPT também é capaz de gerar texto indistinguível de texto escrito por humanos, conduzindo à sua utilização em aplicações como a criação de conteúdos e a escrita automatizada. Esta característica poderá revelar-se útil para empresas e atividades que necessitam de gerar grandes quantidades de conteúdo, tais como artigos, publicações para blogs, e descrições de produtos.

Outra característica importante do ChatGPT é a sua capacidade de ser personalizável, permitindo que seja treinado um conjunto de dados menor e mais específico, tornando-o mais proficiente em tarefas específicas adaptadas às necessidades dos utilizadores.

Embora apresente inúmeras vantagens, o modelo possui algumas limitações, dentre as quais se destaca a sua performance ser  dependente dos dados utilizados para o treinar. Portanto, pode não ser capaz de compreender ou responder a certos tópicos para os quais não foi treinado. Para além disso, o ChatGPT pode gerar um texto tendencioso ou ofensivo. Assim, é imperativo estar consciente das suas limitações e potenciais enviesamentos nos dados de formação.

Recentemente, outras questões em relação a esta ferramenta têm sido levantadas. Esta ferramenta é capaz de escrever resumos falsos de artigos científicos tão convincentes que os cientistas muitas vezes não são capazes de os detetar. Segundo um artigo na Nature, até mesmo os softwares avaliadores de plágio são incapazes de detetar qualquer plágio, atribuindo 100% de originalidade ao texto gerado pelo ChatGPT.  O detetor de AI-output detetou 66% dos resumos gerados pelo ChatGPT. Os revisores humanos identificaram corretamente apenas 68% dos resumos gerados pelo ChatGPT e 86% dos resumos genuínos. Estes identificaram incorretamente 32% dos resumos gerados como sendo reais e 14% dos resumos genuínos como sendo gerados pelo ChatGPT. Esta ferramenta de inteligência artificial foi também creditada como co-autor em pelo menos quatro artigos científicos publicados.

Gao da Northwestern University em Chicago refere que “ChatGPT escreve resumos científicos credíveis” e levanta uma preocupação referindo que “Os limites da utilização ética e aceitável de grandes modelos linguísticos para ajudar a escrita científica continuam por determinar”. Os investigadores estão divididos quanto às implicações para a ciência.

Texto por Diana Cunha. Revisto por Maria Teresa Martins