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Legado lusófono: O Papel de Portugal no futuro da Exploração Espacial

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Nos últimos anos, instituições ilustres como a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA) e a Agência Espacial Europeia (ESA) têm confiado em diversas empresas portuguesas para as auxiliariam a dominar a tão competitiva corrida espacial. De norte a sul, todas estas empresas abraçaram os desafios e trabalharam incansavelmente para corresponderem às elevadas expetativas provenientes destas agências.

Entre estas empresas, a Tekever, sediada em Lisboa, desempenhará um papel fundamental na missão PROBA-3 da ESA, cujo lançamento está previsto para 2024, com o objetivo de estudar o sol. Através do fornecimento das comunicações de rádio, a empresa lusa facilitará a aquisição de dados essenciais para assegurar o posicionamento milimétrico de dois satélites, que irão recolher imagens e dados da coroa solar, a mais misteriosa camada do astro.

Já a Critical Software, empresa especializada em soluções de software, estará, mais uma vez, em grande destaque com uma participação no futuro projeto da estação espacial Lunar Gateway, sob a coordenação da agência espacial norte-americana. A estação, que irá orbitar à volta da lua e servir de habitação para os astronautas, terá o software de módulo habitacional validado e verificado independentemente, com a ajuda de tecnologia desenvolvida pela empresa portuguesa.

Um outro exemplo significativo das contribuições das empresas portuguesas para o desenvolvimento da exploração espacial é a missão ClearSpace1 da Agência Espacial Europeia, cujo lançamento está previsto para 2025. O objetivo principal desta missão passa pela recolha de vestígios do lançamento do foguete Vespa em 2013 e esta contará com a liderança de várias empresas nacionais em dois dos principais subsistemas do satélite. A Deimos Engenharia liderará uma equipa internacional, que inclui ainda a portuguesa LusoSpace, no desenvolvimento dos sistemas de orientação, navegação, e controlo desta missão. Por outro lado, a já mencionada Critical Software irá liderar o desenvolvimento do software de bordo, bem como dos sistemas que gerem a captura de lixo espacial, deteção e recuperação de falhas do sistema, e dos sistemas de gestão térmica e energética. Finalmente, o ISQ (Centro de Interface e Tecnologia), o maior centro de interface tecnológico de Portugal, realizará testes de qualidade para assegurar que o ClearSpace1 não contribui para o crescente problema dos detritos espaciais.

Por último, o satélite JUICE, lançado a 14 de abril, cujo principal objetivo assenta no estudo do maior planeta do sistema solar e três das suas colossais luas, contou com componentes fabricados por diversas empresas portuguesas. O satélite, que deverá chegar ao destino em julho de 2031, irá fazer história ao ser o primeiro satélite artificial a orbitar uma lua de outro planeta.

À Deimos Engenharia coube a responsabilidade de assegurar que o satélite não atingirá, de forma alguma, nem o planeta Marte, nem a lua Europa. Coube à LIP (Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Particulas) e à Efacec, o desenvolvimento de um dos inúmeros instrumentos transportados pelo satélite para monitorizar a radiação. Enquanto que a LusoSpace ficou encarregue do desenvolvimento de uma bobina para a geração de um campo magnético que será utilizado como referência para medir o campo magnético de Júpiter. Já a empresa portuense, FHP, desenvolveu um revestimento de antena que irá transmitir dados para a Terra, sendo que o mecanismo operacional foi desenvolvido pela Active Space Technologies, sediada em Coimbra.

De ano para ano, Portugal tem dado largos passos no setor espacial ao desenvolver elementos cruciais para o avanço indústria. É de esperar que, no futuro, o legado lusófono continue a florescer e se torne indispensável para alcançar as elevadas aspirações do sonho espacial.

Texto por Beatriz Ferreira. Revisto por Diana Cunha e Joana Silva.

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