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Ciência e Saúde

Encontro de Química Analítica 2024 regressa ao Porto

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Fonte: SPQ

Após 6 anos, o 11º Encontro da Divisão de Química Analítica da Sociedade Portuguesa de Química (SPQ) regressa ao formato presencial e ao Porto, cidade que pela última vez o acolheu.

 

O 11º Encontro da Divisão de Química Analítica da SPQ realizou-se nos passados dias 25 e 26 de março, nas instalações da Universidade Católica Portuguesa, no Porto.

O congresso, que se concretiza habitualmente de 2 em 2 anos, teve as suas últimas edições (2020 e 2022) em formato online, devido aos constrangimentos da pandemia COVID-19, mas regressou este ano à participação presencial, com um programa a cobrir as diferentes vertentes e aplicações da química analítica, em áreas como a saúde, alimentação, ambiente, química forense, farmacêutica e petroquímica.

Os dois dias do congresso, que contou com um total de 91 participantes, foram preenchidos com sessões plenárias e comunicações orais por convite (keynotes), apresentações orais e em painel, apresentações flash, e ainda com a presença de representantes de 13 empresas da área da química analítica.

 

O primeiro dia do evento começou com a cerimónia de abertura, na qual participou a pró-reitora da Centro Regional do Porto da Universidade Católica Portuguesa, Isabel Braga da Cruz, assim como Paula Castro, diretora da Escola Superior de Biotecnologia da instituição que acolheu o evento. Os participantes foram ainda acolhidos pela chair do congresso Raquel Mesquita, o co-chair, António Rangel, pela presidente da divisão de Química Analítica da SPQ Marcela Segundo e pelo representante da delegação do Porto da SPQ Victor Freitas.

O programa científico iniciou-se com a palestra plenária do Professor da Universidade de Coimbra, Christopher Brett, e a palestra keynote do Professor Hendrikus Nouws, do Instituto Politécnico do Porto (ISEP), com ambas apresentações a debruçaram-se sobre a área dos sensores e biossensores eletroquímicos.

Ainda nesta linha de investigação, a palestra plenária conduzida pelo Professor Julien Reboud da Universidade de Glasgow, explorou o seu trabalho na área de biossensores de papel para diagnóstico de doenças, sob o prisma da sua utilização em contextos de baixos recursos. Já no contexto dos sensores para a área alimentar, particularmente na avaliação da qualidade do vinho, decorreu a keynote do Professor António César Ferreira da Universidade Católica Portuguesa.

A tarde contou com duas sessões de apresentações orais paralelas, destinadas a temáticas distintas, nomeadamente, sistemas cromatográficos, análise em fluxo e microfluídica; e obtenção e caracterização de componentes bioativos e valorização de resíduos.

O segundo dia de eventos começou com a sessão plenária conduzida pela Professora Maria Rosário Bronze, da Universidade de Lisboa, sobre os desafios na investigação sobre a alimentação e saúde. A professora e investigadora do IBET, realçou a importância do desenvolvimento de métodos analíticos robustos que devem ser implementados nesta área, e como estes se podem revelar fundamentais em preocupações como a segurança alimentar, dietas saudáveis e preferências alimentares, ilustrando estas aplicações com diversos casos de estudo. Também Joel Sánchez-Piñero, da Universidade da Corunha, salientou a importância do desenvolvimento de novas estratégias analíticas, detalhando o seu trabalho no estudo da bioacessibilidade e da biodisponibilidade de poluentes orgânicos absorvidos por inalação.

A última sessão plenária, conduzida pelo Professor José Herrero Martinez, da Universidade de Valência, debruçou-se sobre a preparação de amostras tirando partido de materiais inteligentes e de baixo custo, utilizando meios como suportes de papel ou técnicas como a impressão 3D para esse fim.  Já Regina Duarte, investigadora da Universidade de Aveiro, detalhou a sua utilização da técnica de espectroscopia de ressonância magnética nuclear (RMN), particularmente no estudo de aerossóis atmosféricos.

Novamente, sessões paralelas de apresentações orais, quer de jovens investigadores, quer de investigadores mais estabelecidos, abrangeram o desenvolvimento ou a aplicação de estratégias analíticas, com uma diversa lista de aplicações, na saúde, ambiente, entre outras áreas.

A diversidade de áreas onde a química analítica está e pode ser aplicada, foi assim uma das principais conclusões do congresso, ponto também salientado nas várias apresentações flash – de duração máxima de 2 minutos e destinadas a jovens participantes com comunicações em painel – que aconteceram ao longo de ambos os dias do congresso.

A sessão de encerramento contou com a entrega de prémios de melhor apresentação oral, melhor apresentação flash e melhor comunicação em painel, sendo para os primeiros dois considerados apenas os jovens participantes. Sara Fernandes da Universidade do Porto e Izabela Lewińska da Universidade de Warsaw venceram o prémio de melhor apresentação oral, patrocinado pela revista científica Analytical and Bioanalytical Chemistry. Tiago Morais, da Universidade de Aveiro, e Juliana Aguiar, da Universidade Católica Portuguesa, foram galardoados com o prémio de melhor apresentação flash, apresentado pelo Grupo de Químicos Jovens (GQJ), e patrocinado pela empresa Solitica. Já Francisco Rodrigues, da Universidade Católica Portuguesa, conseguiu o prémio de melhor apresentação em painel, patrocinado pela empresa IZASA.

O congresso foi ainda marcado pelo destaque dado aos jovens. Várias das apresentações orais e flash foram especialmente alocadas a investigadores com idades inferiores a 35 anos, e dois dos três prémios atribuídos no congresso foram exclusivos para este grupo. De notar também a presença de representantes do GQJ, um dos grupos da SPQ, que tem como objetivo representar os jovens químicos em Portugal, na Europa e internacionalmente, e que organiza atividades de divulgação relacionadas com a química para camadas mais jovens, como o ChemRus, um concurso de vídeo para alunos do ensino básico e secundário, o FlashChem, um concurso de fotografia científica para estudantes do ensino superior, ou o Encontro Português de Jovens Químicos, PyChem 2025.

O 12º encontro da divisão deverá decorrer em 2026, na Universidade de Aveiro.

 

Artigo da autoria de Ana Luísa Silva. Fotografia de Leonardo Machado. Revisto por Diana Cunha.

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