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Web 3.0

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A Web 3.0 é uma nova tendência mundial que promete revolucionar não só a internet, como a sociedade moderna.

A Web, tal como a conhecemos nos dias de hoje, sofreu uma evolução desde o início da década de 80 e estendeu-se até 2000. A Web 1.0 marcou o ponto de partida dessa evolução, com a criação de World Wide Web (WWW) pelo físico e cientista Tim Berners-Lee. Esta é lembrada como a época dos sites e das páginas estáticas usadas paras fins jornalísticos. A nível mundial, nesta altura a internet estava num patamar equiparado ao da televisão e da rádio, que representavam as principais fontes de entretenimento. Os sites caracterizavam-se por páginas de textos estáticas com poucas imagens. Criar uma página era muito complicado, e praticamente inacessível para a maioria das pessoas.

A segunda era da internet, Web 2.0, teve início por volta dos anos 2000 e abriu caminho para uma Internet mais interativa, com o objetivo de transportar o utilizador para o “interior” do mundo virtual. Nesta perspetiva, os utilizadores deixariam de ser meros espectadores, para se tornarem produtores de conteúdo digital, com capacidade de interagir com outros utilizadores, no sentido de criar uma rede de contacto num ambiente colaborativo e interativo. É nesta segunda versão da Internet que surgem os chats e as redes sociais como o MSN e o Facebook.

A Web 2.0, que dura até aos dias de hoje, apesar de ter sido um grande avanço a nível tecnológico, também marcou a monopolização da rede mundial de computadores, constituindo uma web centralizada.

Por sua vez, a Web 3.0, já anunciada como a terceira versão da web, surge com o objetivo de alcançar a descentralização da Internet, prometendo estruturar todo o conteúdo disponível na rede mundial nos moldes do conceito da Web Semântica.

O termo Web 3.0 foi utilizado pela primeira vez pelo jornalista John Markoff num artigo do The New York Times.

A Web 3.0 consiste numa web em código aberto, com poucos ou mesmo nenhuns intermediários a mediar as ações dos utilizadores e com a existência de dinheiro eletrónico. Rege-se por três bases principais: descentralização (independência de órgãos governamentais, empresas, bancos ou fronteiras demográficas); privacidade (evitar a exposição de dados pessoais e contorno do rastreamento e publicidade direcionada) e virtualização (experiências virtuais mais realistas).

Esta nova era digital está a ser construída com a ajuda de tecnologias inovadoras, tal como a inteligência artificial, a blockchain e as cripto moedas. Introduz ainda novos conceitos relacionados com a posse de bens digitais, como por exemplo os non fungible tokens (tokens não fungíveis) (NFTs). Estes podem conceder a propriedade sobre, por exemplo, músicas, obras artísticas e itens colecionáveis.

A evolução das tecnologias de realidade aumentada/realidade virtual com o apoio da blockchain conduzirão ao surgimento do metaverso na Web 3.0.

Esta nova era da Internet promete ser mais descentralizada, menos dependente de big techs e capaz de dar aos utilizadores o controlo sobre os seus próprios dados. No entanto, assim como o metaverso, utopia futurista de aproximar o real e o virtual, a Web 3.0 está ainda num estado embrionário.

Texto por Diana Cunha. Revisto por Maria Teresa Martins.

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