Ciência e Saúde
INTERNET OF THINGS (IoT)
A Internet of Things, ou internet das coisas, está espalhada pelas nossas casas e veio para ficar. Mas de que se trata, afinal, esta nova tecnologia que promete aproximar a ficção científica da realidade?
Imagine. Quando o despertador toca, o seu quarto está aquecido à temperatura ideal para se levantar, quer seja verão ou inverno. Para começar o dia, encontra na cozinha café acabado de fazer e pode recolher na máquina de secar a roupa ainda quente. Os seus animais de estimação já têm comida nos pratos e a sua torradeira acabou de torrar o pão para o pequeno-almoço. Quando vai sair de casa, o seu frigorífico avisa-o que precisa de comprar iogurte e adiciona automaticamente o item à lista de compras. Tudo isto sem clicar em um único botão. Tudo aconteceu automaticamente.
Este cenário parece futurístico. Aliás, se fosse há 20 anos diria-se que era ficção científica. Mas, hoje, é só a Internet das Coisas diretamente na nossa casa.
Mas afinal, o que é?
A Internet of Things (IoT), ou internet das coisas, consiste na interconectividade de dispositivos ligados em rede, normalmente na internet. Estes dispositivos podem ser eletrodomésticos, candeeiros, luzes, termostatos, ou qualquer outro equipamento eletrónico que esteja equipado com sensores capazes de trocar informação com outros dispositivos. Atualmente, este conceito pode ser aplicado tanto ao nível dos consumidores, em SmartHomes, como também ao nível Empresarial, Industrial e Ambiental com vista a obter dados e automatizar processos.
A origem
Apesar do recente hiperdesenvolvimento , a IoT não é um conceito novo. Desde sempre existiu a necessidade de comunicação e troca de informação entre dispositivos para obtenção e processamento de informação.
Esta comunicação M2M (Máquina para Máquina) teve como primeira instância, uma necessidade dos consumidores nos anos 80, com uma máquina de Coca-Cola. Através de informação do stock da máquina automática pela internet, os programadores acediam à informação e verificavam se encontrariam na máquina a bebida que pretendiam consumir, evitando deslocações desnecessárias (Fonte). Apesar de simples, esta história espelha o conceito base da IoT que perdura até ao dias de hoje: tornar a vida mais prática e eficiente.
Desde os anos 80, muitas tecnologias como o RFID, Bluetooth e Wi-Fi foram desenvolvidas e aplicadas a esta área, dando azo à evolução a que assistimos hoje.
Exemplos de IoT nos dias de hoje
O mercado da IoT pode ser segmentado em quatro grandes áreas: automóvel, industrial, sistemas de saúde e consumidor. Nos consumidores, é dominado pelas SmartHomes sendo cada vez mais comum a instalação de casas inteligentes, através de ecossistemas como a Google Home ou a Apple ‘s Home Kit. Estes incluem características como controlo da temperatura, iluminação das divisões da casa, assim como programação e automação dos diferentes eletrodomésticos, de modo a reduzir a interação humana e melhorar a experiência do utilizador.
Por outro lado, a área da saúde tem beneficiado particularmente com os avanços na IoT aplicada à saúde móvel. Os diferentes dispositivos médicos como pacemakers ou medidores de tensão arterial e frequência cardíaca são, atualmente, capazes de comunicar com um sistema principal e transmitir ao médico a informação em tempo real.
Numa outra área, a IoT está simultaneamente a ser aplicada à gestão de transportes e trânsito, infraestruturas e controlo de problemas ambientais, com a construção de cidades inteligentes e cada vez mais eficientes.
Qual o futuro?
Com a investigação e desenvolvimento na área da automação e inteligência artificial, surge a questão sobre o que ainda há para vir. Em 2030, estima-se que o mercado da IoT valerá mais de 555 mil milhões de dólares (Fonte), com crescimento elevado a nível de Cidades Inteligentes e Desenvolvimento industrial.
No que diz respeito ao consumidor comum, espera-se que a IoT cresça na conectividade com os smartphones mas também que se dê o salto para a condução autónoma, com impacto na comodidade dos utilizadores.
Questões de segurança
Com o aumento da conectividade de cada dispositivo, aumenta também a vulnerabilidade do sistema a ataques informáticos, especialmente a nível doméstico. Embora as empresas afirmem implementar políticas de segurança e privacidade, é ainda difícil garantir que estes pressupostos sejam cumpridos, dada a grande quantidade de protocolos e dispositivos diferentes a serem desenvolvidos e utilizados.
Por outro lado, como se tratam de dispositivos conectados à internet na rede doméstica, os ataques a um dispositivo têm o potencial de se estenderem a toda a rede.
Para colmatar este problema, as entidades reguladoras de tecnologia encontram-se a tentar garantir a estandardização dos protocolos utilizados em dispositivos deste género, embora enfrentem vários desafios pela diversidade destes e o estado atual do mercado.
O futuro está cada vez mais perto.
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Texto por Maria Amaro. Revisto por Diana Cunha.